A produção sustentável de algodão, o sequestro de carbono, o manejo do solo e o empoderamento da mulher na cotonicultura foram os temas que nortearam o encontro entre o diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, e o CEO da Better Cotton (BCI), Allan Macclay, nesta quinta-feira, 28. A reunião virtual foi para compartilhar ações e estreitar as relações com vistas à promoção do algodão brasileiro globalmente.
O Brasil é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada BC, com 42% da oferta na safra 20/21. As duas entidades atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa. Portocarrero apresentou ao executivo as ações estratégicas da associação, implementadas conjuntamente com as estaduais e os produtores, e que visam melhor posicionar o algodão no Brasil e no exterior, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Segundo Portocarrero, a boa gestão, o uso da tecnologia, do incentivo à pesquisa e inovação para melhorar as técnicas de manejo, além do empreendedorismo dos agricultores, resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais.
Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas, no varejo, e saber quem produziu, em que região, fazenda.
Desafios
Projetando o futuro, os desafios são permanentes tanto para a Abrapa como para a BCI e, no radar de ambas as entidades, a emissão dos gases de efeito estufa e a quantificação da emissão de carbono na produção de algodão estão na pauta e são um passo a mais rumo a uma produção responsável.
Allan Macclay ficou entusiasmado com as iniciativas brasileiras e com o que está sendo feito para melhorar a imagem da fibra nacional. “É uma parceria que deu certo e vai além das ações do nosso acordo. É animador o que a Abrapa descreveu hoje e dar continuidade a essa transformação é fundamental”, observou. Macclay deseja conhecer em detalhes o programa de rastreabilidade, gerenciado pela Associação, e trazer perspectivas globais do interesse do setor. “Temos muito a aprender e queremos o input de vocês como exemplo para outras regiões produtoras”. Macclay reconhece que é um processo de aprendizagem e de atualização da BCI que impactará na credibilidade do mercado.
Pensando em uma agenda de longo prazo, a BCI definiu pontos estratégicos que devem ser trabalhados na agenda 2030, entre os quais, a saúde do solo, a mitigação das mudanças climáticas, o uso eficiente de pesticidas, empoderamento da mulher e meios de subsistência dos pequenos agricultores. São temas pertinentes, segundo Macclay, que o mercado demanda e o Brasil poderá auxiliar compartilhando as iniciativas em curso.
A reunião foi acompanhada pelo gestor de sustentabilidade da Abrapa, Fábio Antônio Carneiro, e pelo gerente da BCI, Álvaro Moreira.
Fonte: Associação Brasileira do Produtores de Algodão – ABRAPA