Dentre as pragas que acometem a soja, sob condições adequadas ao desenvolvimento, os ácaros podem causar danos significativos, quando observada elevada densidade populacional da praga. Como principais danos, tem-se a redução da eficiência fotossintética da planta, reduzindo consequentemente a produção de fotoassimilados e translocação deles para os grãos e/ou sementes.

Dentre as principais espécies, na presente safra, uma em específico tem se destacado em algumas regiões, trata-se do ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus). Em virtude do seu diminuto tamanho em relação aos demais ácaros, o ácaro-branco dificilmente é observado a olho nu.

Figura 1. Adulto de ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus).

Fonte: Sosa-Gómez et al. (2014)

A identificação da praga nas lavouras fica por conta da análise laboratorial e/ou sintomas de ocorrência. A praga ataca preferencialmente a face inferior de folhas novas (ponteiros) em processo de expansão, dificultando seu crescimento e deixando as folhas levemente enrugadas (Sosa-Gómez et al., 2014).



Como consequência, é possível observar o encarquilhamento das folhas jovens da soja, bem como a redução da estatura da planta em comparação a plantas sadias. Em casos mais severos, ocorre escurecimento (bronzeamento) dos legumes, pecíolos e haste. Segundo Sosa-Gómez et al. (2014), a nível de campo, é possível realizar a inspeção das folhas acometidas utilizando lupa de 40X.

Figura 2. Ácaro-branco (bronzeamento na face inferior da folha).

Fonte: Moreira & Aragão (2009)

O ácaro-branco vive preferencialmente na face inferior da planta, sendo essa, o foco do monitoramento. A praga ocorre normalmente em reboleiras, e embora seja considerada uma praga secundária, sob elevadas densidades populacionais pode causar redução da produtividade da soja.

Ainda que seja sensível a condições ambientais, especialmente se tratando da baixa umidade, o curto ciclo do ácaro-branco (de 3 a 5 dias) contribui significativamente para o aumento expressivo da populações sob condições favoráveis (Moreira & Aragão, 2009). Logo, o monitoramento periódico da lavoura é essencial para identificar o momento de controle do ácaro.

Atualmente existem oito produtos registrados junto ao MAPA para controle do ácaro-branco em soja, todos a base de Abamectina. Embora poucos produtos apresentem registro para o controle dessa praga em soja, vale ressaltar que a maioria dos acaricidas com registro pra o controle de outros ácaros também apresentam controle satisfatório do ácaro-branco.

Confira abaixo as dicas do Pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia.


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Referências:

AGROFIT. CONSULTA DE PRAGA/DOENÇA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2023. Disponível em: < https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >, acesso em: 20/01/2023.

MOREIRA, H. H. C.; ARAGÃO, F. D. MANUAL DE PRAGAS DA SOJA. FMC, Campinas, 2009. Disponível em: < https://www.agrolink.com.br/downloads/Manual_de_pragas_de_soja%20%281%29.pdf >, acesso em: 20/01/2023.

SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105924/1/Doc269-OL.pdf >, acesso em: 20/01/2023.

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