Em reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária, na última semana, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) destacou novas fontes de recursos privados, com maior potencial para aumentar os investimentos em financiamentos no agronegócio. Segundo ele, o Fundo de Investimento para o Setor Agropecuário (Fiagro) e as agro fintechs terão expansão no Brasil.
“As agro fintechs, de uma forma muito mais ágil, incorporam instrumentos digitais, o que significa menos burocracia para o produtor rural ao solicitar crédito. Esse sistema faz a revolução hoje no mercado financeiro, isso é novidade do Brasil no mundo,” disse o deputado.
Depois de abrir caminho para a entrada de tecnologias aplicadas à lavoura, o produtor rural vê a modernização chegar às finanças. No último ano, no Brasil, quase dobrou o número de startups de crédito voltadas ao agronegócio. Na pesquisa Radar Agritech 2020/21, que mapeia startups do setor agropecuário, constam 50 que oferecem serviços financeiros, incluindo crédito, análise e comercialização para produtores rurais – ou seja, as fintechs. Em 2019, eram 24.
Líder da Vertical de Agro da AB-Fintech, Maurício Quintella ressalta que o FIAgro é um fundo de acesso a recursos do mercado financeiro e as Fintechs trabalham em sintonia nesses instrumentos para facilitar ao produtor rural a análise e o entendimento dos riscos por trás processo do crédito rural, por exemplo.
“Eles são muito próximos, o FIAgro é um veículo e as Fintechs trabalham para qualificar e dar mais clareza ao risco dos fundos que são vendidos para investidores pessoas física e jurídica,” disse Quintella, completando que “em um banco, um financiamento rural pode demorar mais de 30 dias. Na fintech, sai em dois dias.”
Pesquisa recente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), feita com 4.336 entrevistados, mostra que 38% dos produtores nunca acessaram nenhum tipo de crédito. As principais dificuldades são burocracia, “papelada”, garantias exigidas nas operações, demora na liberação do dinheiro e falta de informação.
Presidente da FPA, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destaca a aprovação da Lei do Agro (nº 13.986/2020), que trouxe mudanças importantes, como a emissão digital de títulos do agronegócio. Além disso, ele cita o seguro rural como ferramenta essencial para o produtor dar ao mercado garantia de que vai cumprir com seus compromissos financeiros, independentemente de imprevistos climáticos.
“Muitos produtores têm dificuldade em acessar crédito e as fintechs suprem essa lacuna com um processo mais barato, transparente, flexível e ágil”, diz Sérgio Souza. Em uma fintech, tudo é digitalizado e online, do cadastro até a liberação do dinheiro. O produtor não precisa sair de casa, nem para assinar os contratos.