Com previsão de acréscimo em torno de 20% na produção, o volume de algodão em pluma no Brasil deverá atingir 2,6 milhões de toneladas em 2019. Os dados foram divulgados na estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O número representa uma safra recorde de algodão por aqui. Infortunadamente, a pujança no campo, representa pressão no preço pago ao produtor. “O preço do algodão está em uma decrescente desde o ano passado […]. Para este e o ano que vem, há alguns fatos que ainda precisam de desdobramentos para termos convicção de que haverá queda, mas o cenário realmente vem se ajustando”. A afirmação é do corretor de algodão Bernardo Souza Lima e foi feita em entrevista ao Canal do Boi na qual ele cita, como um desses fatores, a questão do clima nos Estados Unidos.
Nos últimos três anos, os contratos de segunda posição de entrega do produto acumularam uma alta de 22% na Bolsa de Nova York, passando de 59 centavos de dólar a libra-peso para quase 72 centavos de dólar, o que justifica o maior interesse em produzir algodão. Só no Brasil, o salto foi de 940 mil hectares, em 2016/17, para 1,5 milhão em 2018/19, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Muitos produtores conseguiram se antecipar fixando a venda futura para até dois anos.
Além do crescimento já consolidado no Brasil e das projeções de novos implementos na produção, nos Estados Unidos, maior exportador da fibra no mundo, há estimativa de acréscimo na área plantada, que pode ser a maior dos últimos cinco anos. Mesmo com a possibilidade de ampla oferta global do produto, o que ajuda a trazer otimismo por aqui é que, em 2018, por exemplo, os embarques da fibra brasileira avançaram mais de 20%, mostrando um mercado altamente aquecido. Apesar do prolongamento da guerra comercial entre China e Estados Unidos, que não é benéfico para o comércio mundial como um todo.
Analisando todo o cenário, o setor algodoeiro segue andando de cabeça erguida. “O Brasil está realmente se consolidando no algodão. Todos os estados produtores registraram aumento de área. Em Mato Grosso, com o êxito que tem tido na segunda safra, houve uma expansão muito forte, então, está tudo se encaminhando para o Brasil realmente se manter com essa posição forte no mercado mundial de algodão”, afirmou o corretor. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor e terceiro maior exportador global da fibra.
Ao ser questionado pelo jornalista Valter Puga Jr. se investir no algodão ainda é um bom negócio, o corretor resumiu: “Algodão é um bom negócio. Isso tem ficado em evidência no Brasil nos últimos anos. Ele (o algodão), sendo bem produzido, com o clima contribuindo, com as aplicações de defensivos e fertilizantes e o dever de casa do produtor sendo cumprido dentro dos conformes, e sabendo também ficar atento às oportunidades de venda e questões comerciais, com certeza é um bom negócio para o agricultor”, conclui o corretor.
A Souza Lima Corretora, situada em Minas Gerais, faz parte do quadro de mais de 130 corretoras da Bolsa Brasileira de Mercadorias, 40 delas, especializadas no mercado de algodão em pluma.
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Fonte: Assessoria de imprensa Bolsa Brasileira de Mercadorias