O preço do caroço de algodão disponível em MT apresentou alta de 2,15% na última semana, cotado na média de R$ 1.434,40/t. Para se ter uma ideia, os preços estão 113,48% maiores ante o mesmo período do ano passado. Esse cenário é reflexo de muitos vendedores estarem com os lotes esgotados e, portanto, os que ainda têm produto disponível conseguem negociar valores mais elevados.
Pelo lado da demanda, compradores com maior urgência na aquisição acabam ficando sujeitos aos preços mais altos. Por fim, a preferência dos cotonicultores por travar contratos futuros vem sendo perceptível nas últimas semanas, visto que estão aproveitando o momento para negociar a produção de caroço da safra 24/25, a qual, até mar/25, já tinha 44,96% do volume comercializado, estando 8,49 p.p. à frente da média dos últimos cinco anos.
Confira os principais destaques do boletim:
- QUEDA: na última semana, o câmbio exibiu recuo de 1,21% devido à alteração de parte das taxações do governo americano, favorecendo a entrada de dólares no país.
- REDUÇÃO: o contrato da pluma de jul/25 na bolsa de NY apresentou queda de 1,00% no comparativo semanal, ficando precificado na média de ¢ US$ 66,24/lp.
- DESVALORIZAÇÃO: em razão da baixa do dólar e da ICE, a paridade de exportação de jul/25 exibiu decréscimo de 2,12% ante a semana passada.
De acordo com o relatório de mar/25 do projeto CPA-MT, o custeio da safra 25/26 do algodão reduziu 0,09% em relação à estimativa de fev/25.
Dessa maneira, o custeio projetado para o ciclo ficou em R$ 10.730,69/ha, no entanto, mesmo com o ajuste negativo, segue sendo o mais alto desde a safra 22/23. Já pelo lado do Custo Operacional Efetivo (COE), houve um incremento de 0,40% no mês, pautado pela alta de 3,70% nas despesas com pósprodução, além de aumentos nos outros custos, que levaram o COE a ser projetado em R$ 15.292,10/ha.
Diante disso, para que o cotonicultor modal consiga cobrir seu COE para a safra 25/26, considerando uma produtividade média de 118,08 @/ha, é necessário que negocie sua produção a no mínimo R$ 129,51/@.
Assim, considerando o preço médio ponderado de comercialização da safra 25/26 em R$ 134,30/@ até mar/25, a margem do produtor é a mais curta dos últimos anos, o que significa que é cada vez mais importante que o cotonicultor aproveite os melhores momentos para negociar sua produção.
Fonte: IMEA