Principal cultura produzida na região do Matopiba, a soja representou na última safra o equivalente a 11% da produção brasileira da oleaginosa. Um caso de sucesso que vem promovendo impacto econômico positivo para o desenvolvimento, bem como à sustentabilidade social e ambiental. Neste cenário, outras culturas como milho, milheto, sorgo, crotalária, forrageiras e feijão são espécies importantes cultivadas pós sua colheita, que garantem um bom desenvolvimento produtivo e consequentemente retorno econômico.
De acordo com a superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte – Fapcen, Gisela Introvini, o agronegócio em todo Maranhão e demais estados do Matopiba tem causado várias transformações, como a geração de empregos e renda em estados de menor índice de desenvolvimento humano, com a organização de cidades onde a renda incrementa consideravelmente o comércio local. “A soja é o diferencial em nossa região, mas temos ótimas alternativas no pós desta cultura. Este ano por exemplo, no estado do Maranhão, os produtores tiveram excelentes ganhos com o milho, se comparado com a soja, pois esta sofreu com veranicos”, falou.
O pesquisador da Fundação Bahia, Murilo Barros Pedrosa, destacou que o cerrado da Bahia apresenta condições climáticas favoráveis para o plantio de diversas culturas. Possuindo clima, solo e período de chuvas possíveis de vários cultivos e enfatizando que após a cultura da soja tem sido plantadas espécies de ciclo rápido, ao exemplo do feijão, sorgo, milheto e crotalária que estão garantindo resultados satisfatórios aos produtores.
Pedrosa ainda falou sobre o programa de pesquisa iniciado pela Fundação Bahia com a cultura do gergelim (foto), que trará ao produtor rentabilidade financeira, visto que o principal produto obtido é o óleo, que possui excelentes características químicas para consumo na alimentação humana. “Nosso objetivo é, através de melhoramento genético, obter cultivar adaptada à região e com produtividade que ultrapasse 1.000kg/ha. Estamos com material de gergelim indeiscente (não abre quando maduro) fazendo seleção para produtividade e outras características. Foram obtidas aproximadamente 100 progênies indeiscentes e estas serão avaliadas como linhagens em diferentes épocas de plantio. A ideia é plantar após colheita da soja, contudo é preciso avaliar sua semeadura em diferentes épocas para observarmos o comportamento da cultura, tanto em produtividade como noutras características como ciclo, infestação de doenças e pragas, teor e características do óleo e outros”, disse.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, Celito Missio, em microrregiões do Matopiba, que possuem ciclos de chuvas mais restritos após a colheita da soja, como é o caso da Bahia e parte do Piauí, nota-se que o cultivo de safrinha objetivando a colheita de grãos está distante de apresentar o mesmo desempenho quando comparado com as regiões mais favorecidas em precipitação. No entanto, o cultivo de espécies destinadas à cobertura de solo e formação de palhadas, como é o caso do milheto e principalmente das brachiárias, têm comprovado sua eficiência agronômica da mais alta importância, em favor do ganho de produtividade dos próximos cultivos de verão, principalmente soja e algodão.
Missio afirma ainda que além disso, a melhoria do ambiente produtivo das lavouras, proporcionado pelo cultivo das espécies de cobertura, tem levado esperança e estabilidade de produção, principalmente aos produtores localizados em áreas até então consideradas marginais quanto ao seu regime pluviométrico. Desta forma, resgatando o conceito de produzir com sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Fonte: Ascom Aprosem