Por Argemiro Luís Brum

Nesta semana mais curta em Chicago, devido ao feriado de Ação de Graças nesta quinta-feira (28) nos EUA, as cotações da soja subiram levemente. O bushel da oleaginosa fechou a quarta-feira (27) em US$ 9,88 contra US$ 9,77 uma semana antes.

Na prática, o mercado está bastante estável para o grão, porém, muito volátil para o óleo de soja. O farelo, em franco recuo nos últimos dois meses, mantém o viés de baixa. Já o óleo, depois de atingir a 46,30 centavos de dólar por libra-peso no primeiro dia de novembro, fechou o dia 27/11 em 40,75 centavos, sendo esta a mais baixa cotação do subproduto desde meados de setembro. Enquanto isso, o farelo, após perder o patamar dos US$ 300,00/tonelada curta no dia 31/10, não mais o recuperou, oscilando entre US$ 280,00 e US$ 290,00 em Chicago durante todo o mês de novembro.

Neste momento, o mercado olha com atenção o desenvolvimento do plantio da nova safra sul-americana e o clima em torno da mesma. Além disso, pesa a questão dos juros futuros nos EUA, especialmente a partir da posse de Trump na presidência do país em janeiro.

Por outro lado, a União Europeia indica que importou, no ano comercial de 2024/25, iniciado em julho para os europeus, um total de 4,95 milhões de toneladas de soja até o dia 24/11. Isso representa um aumento de 7% sobre o mesmo período do ano anterior. A soja brasileira ficou com quase 50% deste volume importado pela União Europeia, atingindo 2,46 milhões de toneladas, ou seja, 37,6% acima do mesmo período do ano anterior. Já as importações de farelo de soja, pelo bloco europeu, aumentaram 25% em relação ao ano anterior, atingindo 7,64 milhões de toneladas.

O Brasil respondeu por quase 50%, seguido pela Argentina, com 38,9% do total deste subproduto da soja importado pelos europeus. Destaque ainda para o fato de que a União Europeia importou 2,4 milhões de toneladas de canola no período, com aumento de 8% sobre o ano comercial anterior. Enfim, as importações de óleo de palma diminuíram 18%, ficando em 1,26 milhão de toneladas (cf. Comissão Europeia).

E no Brasil, mesmo com um câmbio batendo o recorde de desvalorização, ao atingir R$ 5,91 por dólar em alguns momentos da semana, os preços pouco se alteraram. A média gaúcha fechou a semana em R$ 127,50/saco, sendo que as principais praças locais ficaram entre R$ 126,00 e R$ 128,00/saco. No restante do país os preços oscilaram entre R$ 121,50 e R$ 146,00/saco.

Dito isso, o plantio da nova safra teria atingido a 83% da área no início da presente semana, contra 86,9% na média histórica (cf. Pátria Agronegócios).

Destaque para o Paraná que aponta uma queda na qualidade das lavouras nesta semana, segundo o Deral local. Com isso, 92% das mesmas são consideradas boas, contra 99% uma semana antes. Começa a haver falta de chuvas em algumas regiões paranaenses, ligando o sinal de alerta entre os produtores locais. Por enquanto, o Paraná espera colher 22,4 milhões de toneladas nesta nova safra. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina igualmente há preocupações com a falta de chuvas em determinadas regiões. Estes dois estados esperam colher 20,3 e 3,1 milhões de toneladas respectivamente.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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