Por Argemiro Luís Brum
O primeiro mês cotado, em Chicago, viu sua cotação recuar nesta semana, com o bushel de milho atingindo a US$ 4,47 no fechamento da quinta-feira (29), contra US$ 4,63 uma semana antes.
Dito isso, o o plantio do milho, nos EUA, chegava a 87% da área esperada até o dia 25/05, contra 85% na média histórica. Do que estava semeado, 67% estava germinado, contra 60% na média. Por outro lado, 68% das lavouras apresentavam condições entre boas a excelentes, 27% regulares e 5% entre ruins a muito ruins.
Por sua vez, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) elevou sua projeção para a produção global de grãos, na safra 2025/26, para 2,38 bilhões de toneladas, com um acréscimo de 2 milhões em relação à estimativa anterior. A revisão reflete principalmente as melhores expectativas para a produção de milho no Brasil que, segundo ele, deve atingir 131 milhões de toneladas. Dentre os principais grãos, o milho lidera o movimento de alta, com projeção global de 1,28 bilhão de toneladas. A soja ficaria com 428 milhões e o trigo com 806 milhões de toneladas.
E no Brasil os preços se estabilizaram, mas o viés de baixa se mantém. A média gaúcha fechou a semana em R$ 63,32/saco, enquanto as principais praças trabalharam com R$ 61,00. Já nas demais regiões do país os preços oscilaram entre R$ 53,00 e R$ 65,00/saco. Já na B3 houve muita volatilidade dos preços, com o fechamento da quarta-feira (28) registrando perdas importantes. Assim, o contrato julho voltou ao patamar de R$ 63,31, setembro ficou em R$ 64,59 e janeiro/26 em R$ 71,00 por saco.
Dito isso, a colheita da safrinha iniciou pelo Mato Grosso, sendo que o referido Estado, até a sexta-feira anterior, havia colhido 0,31% de sua área. Diante de um clima positivo, a expectativa de colheita é de 48,9 milhões de toneladas, com aumento de 3,6% sobre o ano anterior, segundo o Imea.
Outrossim, a Datagro está um pouco mais otimista em relação a safra de milho brasileira, apontando um volume final de 132,7 milhões de toneladas em 2024/25. Se confirmado, este volume será 8,7% acima do colhido na safra passada, que alcançou a 122,1 milhões de toneladas. Segundo ela, a safra de verão teria atingido a 25,2 milhões de toneladas, ganhando 2% sobre a do ano anterior, graças a uma recuperação da produtividade, a qual alcançou 6.608 quilos/ha, ou seja, 9% acima do obtido na safra anterior. Já a safrinha 2025, que seria responsável por 81% da safra total nesta estimativa, chegaria a 107,5 milhões de toneladas, a partir de uma produtividade recorde para este tipo de safra na altura de 5.957 quilos/hectare. Apesar de todo este contexto positivo, “a expectativa é que a demanda supere a produção brasileira em 2,3 milhões de toneladas, consolidando o quinto déficit consecutivo do cereal no país, ainda que menos severo que o do ano anterior, o qual foi de 4,8 milhões de toneladas”.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).