Por Argemiro Luís Brum
Com a colheita da soja encerrada nos EUA, o mercado viu as cotações, em Chicago, recuarem a partir do final desta semana. O bushel da oleaginosa, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (21) em US$ 9,77, contra US$ 9,85 uma semana antes. Registre-se novas baixas no farelo, enquanto o óleo se manteve relativamente estável, porém, com viés de baixa.
Enquanto isso, na semana encerrada em 14 de novembro, os embarques estadunidenses de soja chgaram a 2,16 milhões de toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. Em todo o atual ano comercial, os EUA já embarcaram 17,5 milhões de toneladas, 9% mais do que no mesmo período do ano anterior.
E no Brasil, os preços recuaram um pouco, na medida em que o câmbio ficou entre R$ 5,70 e R$ 5,80 por dólar. A média gaúcha fechou a semana em R$ 128,87/saco, enquanto as principais praças registraram valores entre R$ 125,00 e R$ 128,00/saco. No restante do país, o saco de soja oscilou entre R$ 120,00 e R$ 146,00.
Por sua vez, segundo a AgRural, o plantio da atual safra de soja chegou a 80% da área esperada no país, no dia 14/11.
Já a Abiove indica que o país poderá produzir 167,7 milhões de toneladas de soja em 2025, enquanto a Conab aponta 166,1 milhões em seu relatório do dia 14/11. Nos dois casos, será um recorde histórico.
Se tal produção se confirmar, o Brasil poderá exportar 104,1 milhões de toneladas em 2024/25, com um aumento de 5,9% sobre o ano anterior. Já o processamento de soja, em 2025, alcançaria 57 milhões no país, com alta de 4,6% sobre o ano anterior. Isso resultará em uma produção de 44 milhões de toneladas de farelo de soja no país, com alta de 5,5% em relação a 2024. Já a fabricação de óleo de soja deverá aumentar 3,6%, para 11,4 milhões de toneladas, na mesma comparação (cf. Abiove).
Assim, o Brasil poderá exportar pouco mais da metade da produção de farelo de soja (22,9 milhões de toneladas), com aumento de 3,6%, enquanto a exportação de óleo de soja deverá cair 23,1%, em 2025, para um milhão de toneladas, em ano em que a indústria conta com um aumento no percentual da mistura de biodiesel no diesel fóssil, de 14% para 15%. O óleo de soja representa mais de 70% da matéria-prima para a produção de biodiesel no país (cf. Abiove).
Pelos preços médios esperados, o complexo soja brasileiro, em 2025, poderá render US$ 50,9 bilhões, contra US$ 53,1 bilhões em 2024.
Enfim, os embarques totais do Brasil para a China, em grãos de soja, entre janeiro e outubro, aumentaram 13,6% em relação ao ano anterior, atingindo a 67,8 milhões de toneladas. Já os EUA teriam exportado, para o país asiático, no mesmo período, um total de 15,1 milhões, representando um recuo de 13% sobre o ano anterior.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).