Enquanto a colheita de trigo no Brasil caminha para o encerramento, demandantes estão ativos nas aquisições de matéria-prima para produção de farinhas. Como a oferta e a qualidade do cereal desta temporada brasileira estão menores, a necessidade de importação deve crescer. Nesse ambiente de colheita, as cotações domésticas do trigo estiveram enfraquecidas em novembro, mas o dólar em patamar recorde em relação ao Real tende a elevar os custos da importação e, consequentemente, a dar suporte aos valores internos.

Além disso, a diferença entre as cotações médias tem se ampliado, o que vem resultando em deslocamento por parte da demanda. No Rio Grande do Sul, a maior oferta local tem feito com que as negociações no mercado de lotes ocorram a valores menores, atraindo compradores de outros estados. Vale lembrar que a atual temporada sul-rio-grandense está 76,2% maior que a do Paraná, ao contrário do verificado em 2023, quando a colheita no Rio Grande do Sul ficou 20% abaixo da paranaense, segundo dados da Conab.

Com isso, em novembro, a média mensal do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.265,61/tonelada, queda de 1,1% frente à de outubro/24 e de 0,3% sobre a de novembro/23, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI). No Paraná, o valor médio foi de R$ 1.429,98/t, estável no comparativo mensal, mas 7,4% superior ao de novembro/23. Em São Paulo, houve respectivas altas de 3,2% e 23,6%, a R$ 1.584,73/t em novembro/24. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.426,82/t, 1,5% inferior à de outubro/24, mas 2,6% acima da de novembro/23.

CAMPO – A colheita encerrou na maioria dos estados produtores, restando apenas 4% no Rio Grande do Sul e 14% em Santa Catarina, segundo dados da Conab.

DERIVADOS – Em novembro, os preços da maioria dos derivados caíram, com exceção da farinha para massas frescas e para pré mistura. A queda refletiu, sobretudo, a maior oferta disponível no mercado e a desvalorização do trigo em grão. O farelo a granel recuou 1,57% em relação a outubro, e o ensacado, 0,23%; para as farinhas, as baixas foram de 1,55% para massas em geral, de 0,67% para bolacha salgada, de 1,4% para bolacha doce, 0,83% para farinha integral e de 3,16% para panificação; para as farinhas de pré-mistura e massas frescas, os preços subiram, respectivamente, 0,17% e 0,52%.

MERCADO EXTERNO – Enquanto as tensões na região do Mar Negro tendem a sustentar os preços do trigo, o fortalecimento do dólar frente a uma cesta de moedas exerce pressão. No balanço, as cotações internacionais cederam, pressionadas também pelo bom desenvolvimento da safra nos Estados Unidos, diante de chuvas em boa parte das regiões produtoras do país.

De acordo com dados do USDA divulgados no dia 25 de novembro (dados mais recentes), com 97% do trigo de inverno já semeado nos Estados Unidos, 55% estão em condições entre excelentes e boas;33%, em médias; e 12%, ruins ou muito ruins.

Em novembro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,5199/bushel (US$ 202,82/t), queda de 5,7% frente à de outubro/24, e 1,9% em relação à de novembro/23. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigoHard Winter teve média de US$ 5,5353/bushel (US$ 203,39/t) em novembro, recuos de 6,3% na comparação mensal e de 12,2% na anual.

Na Argentina, 38,7% da área de trigo já foi colhida, de acordo com a Bolsa de Cereales, com produção estimada em 18,6 milhões de toneladas. A média de novembro para os preços FOB do Ministério da Agroindústria foi de US$ 225,30/t, sendo 7% abaixo da de outubro/24e 12% inferior à de novembro/23.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS NOVEMBRO/2024

Site: CEPEA

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