Durante o ciclo de desenvolvimento do milho, diversas doenças (Figura 1), podem acometer a cultura, causando entre outros danos, a redução da área fotossintéticamente ativa das folhas, reduzindo a capacidade da planta em produzir fotoassimilados e transloca-los para os grãos, impactando negativamente a produtividade da cultura.
Embora a pouco tempo o emprego de fungicidas no milho fosse considerado algo esporádico e/ou pontual, atualmente o controle químico de doenças no milho tem se mostrado indispensável para a obtenção de altas produtividades, principalmente se tratando de híbridos mais suscetíveis a determinados patógenos.
Nesse sentido, conhecer o período de ocorrência das principais doenças do milho é determinante para o planejamento de práticas de manejo, bem como posicionamento de fungicidas.
Figura 1. Calendário de ocorrência das principais doenças do milho.
Além disso, estudos tem demonstrado que, o emprego de fungicidas na cultura do milho resulta no aumento da produtividade em comparação ao cultivo sem o uso dos fungicidas, com ganhos médios de produtividade variando entre 5% a 32% dependendo da cultivar, local de cultivo e severidade das doenças (Custódio et al., 2020).
Conforme observado por Custódio et al. (2020), o emprego de fungicidas no milho resulta em ganhos significativos de produtividade em comparação a testemunha (sem uso de fungicidas). Resultados similares também foram observados por Faria; Pereira; Ferraz (2022), corroborando a hipótese de que a produtividade do milho é influenciada positivamente pela aplicação de fungicidas.
Figura 2. Produtividade média em dez ensaios de múltiplas doenças foliares, em cada tratamento. Milho segunda safra 2020.
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A influência do uso de fungicidas na produtividade do milho também foi observada por Faria; Pereira; Ferraz (2022). Submetendo o milho a aplicação de fungicidas em V6 e em V6 + VT (duas aplicações), os autores observaram que, as maiores produtividades foram observadas com o uso dos fungicidas em V6 + VT (duas aplicações), demonstrando que, o número de aplicações de fungicidas também interfere na produtividade do milho, no entanto, Faria; Pereira; Ferraz (2022) constataram que o tratamento contendo apenas uma aplicação de fungicidas (V6), também apresentou produtividade superior a testemunha, enfatizando a contribuição dos fungicidas para o aumento da produtividade do milho.
Tabela 1. Produtividade média de grãos (kg ha-1) de dois híbridos de milho sem a aplicação fungicida, com uma aplicação no estádio V6 e com duas aplicações (V6+VT).
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Em suma, o emprego de fungicidas na cultura do milho, desde que bem posicionados, influencia positivamente a produtividade da cultura, a qual, também pode sofrer influência do número de aplicações de fungicidas. Vale destacar que o monitoramento da lavoura é de suma importância para identificar a necessidade do uso de fungicidas.
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Referências:
CUSTÓDIO, A. A. P. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDS NO CONTROLE MÚLTIPLO DE DOENÇAS FOLIARES DO MILHO: SEGUNDA SAFRA 2020. Idr-Paraná, 2020. Disponível em: < https://www.idrparana.pr.gov.br/sites/iapar/arquivos_restritos/files/documento/2021-01/bt97_-_idr-parana_-_29-01-2021_0.pdf >, acesso em: 09/12/2024.
FARIA, J. E.; PEREIRA, J. L. A. R.; FERRAZ, M. A. J. AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO MILHO EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS. Josif, 2022. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=AVALIA%C3%87%C3%83O+DA+PRODUTIVIDADE+DO+MILHO+EM+FUN%C3%87%C3%83O+DAS+%C3%89POCAS+DE+APLICA%C3%87%C3%83O+DE+FUNGICIDA&rlz=1C1JZAP_pt-BRBR1091BR1091&oq=AVALIA%C3%87%C3%83O+DA+PRODUTIVIDADE+DO+MILHO+EM+FUN%C3%87%C3%83O+DAS+%C3%89POCAS+DE+APLICA%C3%87%C3%83O+DE+FUNGICIDA&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIGCAEQRRg80gEHMjMxajBqN6gCCLACAQ&sourceid=chrome&ie=UTF-8 >, acesso em: 09/12/2024.