Os preços do milho iniciaram agosto em queda no mercado brasileiro, mas encerraram o mês em alta. Na primeira quinzena, a pressão veio da baixa demanda interna, que também manteve os negócios lentos. Consumidores priorizavam a utilização da mercadoria negociada antecipadamente, adquirindo novos lotes de forma pontual. Vendedores, por sua vez, adotaram posturas distintas, dependendo da demanda e oferta regionais.

Na segunda metade de agosto, os valores foram impulsionados pela retração de vendedores, que, com a proximidade da finalização da colheita de segunda safra, limitaram o volume ofertado. Além disso, com as valorizações externa e do dólar, a demanda por milho para exportação esteve mais aquecida no final do mês, reforçando o movimento de alta.

PREÇOS – O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) avançou 2,3% em agosto, encerrando a R$ 60,59/sc de 60 kg no dia 30. A média mensal, de R$ 59,58/sc de 60 kg, superou em 4,1% a de julho. Na média das praças acompanhadas pelo Cepea, os aumentos foram de 1,7% no mercado de balcão (ao produtor) e de 2,8% no disponível (negociações entre empresas).

EXPORTAÇÃO – Dados da Secex mostram que, na parcial em agosto (considerando 17 dias úteis), o Brasil havia exportado 4,6 milhões de toneladas de milho, volume inferior ao de um ano atrás. Quanto aos preços, impulsionados pelas altas do dólar em partes do mês, subiram 3,2% no porto de Paranaguá (PR) e 2,7% no de Santos (SP), entre 31 de julho e 30 de agosto, com médias de R$ 63,13/sc e R$ 64,52/sc, nesta ordem, no dia 30. Já o dólar se desvalorizou 0,2% em igual intervalo, a R$ 5,65.

CAMPO – Restando três estados para finalizar a colheita da segunda safra do cereal, a Conab indicou que, até o dia 1º de setembro, a média nacional colhida era de 99,1%, avanço anual de 9,9 p.p.. Para os estados de Goiás e Minas Gerais, os trabalhos de campo chegaram a 99%, segundo a Conab. Em Mato Grosso do Sul, atingiram 96,9% da área até o dia 30 de agosto, conforme a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

ESTIMATIVAS – Com poucas alterações em relação às estimativas de julho, relatório divulgado em agosto pela Conab consolidou a produção brasileira total em 115,64 milhões de toneladas em 2023/24, volume 12,3% inferior ao de 2022/23. A disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) é estimada pela Conab em 125,21 milhões de toneladas. Como o consumo doméstico está previsto em 84,24 milhões de toneladas, o excedente interno ficaria em 40,9 milhões de toneladas na temporada 2023/24. Deste total, 36 milhões de toneladas devem ser exportadas. Se atingida tal marca, restariam apenas 4,9 milhões de toneladas no final de janeiro/25, quantidade 30% menor que a da safra anterior.

Em termos mundiais, o USDA estimou a produção para a temporada 2024/25 em 1,21 bilhão de t, com reduções ucranianas e russas. O consumo também foi reajustado para baixo, em 1,21 bilhão de t, o que acabou reduzindo os estoques para 310,17 milhões de toneladas. No entanto, a relação consumo doméstico e estoques finais se mantém em 25%, como a da safra anterior. Além disso, as primeiras estimativas para a safra verão brasileira 2024/25 também foram divulgadas.

A Seab/Deral indicou que, no Paraná, a área deve se limitar a 270 mil hectares, redução de 10% frente à temporada anterior, devido à preferência pela soja. A maior produtividade, porém, pode garantir aumento de 6% na produção, estimada em 2,7 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a área a ser destinada para o cereal pode somar748,51 mil hectares, queda de 7,5% sobre a safra anterior; também neste caso, o aumento na produtividade, de 26% em relação a2023/24, deve elevar a produção em 18%, para 5,32 milhões de toneladas, segundo a Emater.

MERCADO EXTERNO – Os contratos futuros de milho caíram em agosto, pressionados pelas condições favoráveis nos Estados Unidos durante a maior parte do período, o que pode gerar uma safra volumosa naquele país, além da boa disponibilidade brasileira para exportação. Na Bolsa de Chicago (CME Group), entre 31 de julho e 30 de agosto, o primeiro vencimento (Set/24) recuou 1,24%, encerrando o mês a US$3,78/bushel (US$ 148,81/t).

No relatório semanal Crop Progress, o USDA apontou que 65% das lavouras de milho dos Estados Unidos estavam em condições boas e excelentes até 1º de setembro, mesmo percentual do ano passado. Da safra norte-americana, 19% estão maduras, contra 15% no mesmo período de 2023; 60% formaram dentes e 90% formaram grãos.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales calcula que 99,3% da área total estimada já tenha sido colhida até dia 29 de julho. A semeadura das primeiras áreas da temporada 2024/25 foi iniciada no final de julho, ainda com produtores aguardando maiores volumes de chuvas e receosos com a proliferação de pragas, como a cigarrinha.

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Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS AGOSTO/2024

Site: CEPEA

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