Os preços da soja oscilaram no decorrer de novembro. Na primeira quinzena, houve altas mais intensas, refletindo a firme demanda, sobretudo doméstica, por parte de indústrias esmagadoras. Já na segunda metade do mês, a retração de indústrias brasileiras que já haviam adquirido bons volumes no primeiro período – a maior parte delas sinalizando não ter necessidade de comprar novos lotes para recebimento em 2024 – resultou no enfraquecimento das cotações.

Do lado dos vendedores, também houve resistência nas negociações do remanescente da safra 2023/24; a maior parte está capitalizada e otimista para 2025, cenário reforçado pela significativa valorização cambial (R$/US$). Com média de R$ 5,81 em novembro/24, o dólar subiu 3,2% frente a out/24 e 18,5% sobre nov/23, ultrapassando os R$ 6,00 no último dia útil do mês. Esse patamar evidencia a maior depreciação da moeda brasileira desde o início do Plano Real (27 de fevereiro de 1994).

No comparativo entre outubro e novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná avançou ligeiro 0,5%, com a média a R$ 140,47/saca de 60 kg no último mês, a maior do ano, em termos reais (deflacionado pelo IGP-DI de outubro). Para o Indicador ESALQBM&FBovespa – Paranaguá, a valorização mensal foi de 1,1%, com a média a R$ 143,41/sc de 60 kg, a mais alta real desde junho/24.

Vale ressaltar que o ritmo intenso na semeadura da safra 2024/25 no Brasil e na Argentina, especialmente na segunda quinzena do mês, limitou os aumentos nos preços da soja. De acordo com a Conab, 90% dos 47,36 milhões de hectares reservados para a oleaginosa no País havia sido semeada até 1º de dezembro, acima dos 83,1% há um ano.

Na Argentina, das 18,6 milhões de hectares reservados para o cultivo de soja na temporada 2024/25, 44,4% foram semeadas até 27 de novembro, de acordo com a Bolsa de Cereales.

DERIVADOS – As negociações de farelo de soja estiveram mais lentas no Brasil. Grande parte de avicultores e suinocultores havia se abastecido nos meses anteriores, não mostrando interesse em novas aquisições; uma parcela desses agentes, inclusive, relatou voltar às compras apenas no próximo ano.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo de soja cederam 3,8% entre outubro e novembro e 17,3 % sobre o mesmo período do ano anterior.

Quanto ao óleo de soja, as cotações subiram, diante do crescimento exponencial no consumo do derivado, sobretudo para a produção de biodiesel. Levantamento do Cepea mostra que o óleo de soja posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, se valorizou expressivos 9,2% de outubro para novembro e 34,3% de nov/23 a nov/24, indo para R$7.351,65/t – maior média desde janeiro/23 ano, em termos reais.

EXPORTAÇÃO – De acordo com a Secex, o Brasil exportou 2,55 milhões de toneladas de soja em novembro, volume expressivos 45,8% inferior ao de outubro/24 e 50,8% abaixo do de novembro/23. Trata-se, também, da menor quantidade embarcada desde janeiro/23 (de apenas 839,58 mil toneladas). Com isso, na parcial de 2024 (de janeiro a novembro), as exportações da oleaginosa somam 96,8 milhões de toneladas, 1,26% abaixo da quantidade escoada no mesmo comparativo de 2023.

O preço médio recebido pelas vendas externas da oleaginosa foi de R$151,80/saca de 60 kg (US$ 435,82/t), o maior deste ano. Na parcial de 2024(até novembro), no entanto, a média da soja exportada, em Reais, é a menor desde 2020.

Os embarques do farelo de soja diminuíram 27% entre outubro/24 e novembro/24 e 7,52% entre novembro/23 e novembro/24, totalizando 1,68milhão de toneladas no último mês, ainda segundo a Secex. Apesar disso, na parcial de 2024, o Brasil escoou 21,16 milhões de toneladas do derivado, um recorde para o período.

Quanto ao óleo de soja, o Brasil abasteceu o mercado global com 91,85 mil toneladas em novembro, quedas de 3% na comparação mensal e de 18,8%na anual. Na parcial de 2024, os embarques do derivado somam 1,12 milhão de toneladas, 45,6% a menos que em período equivalente de 2023 e a menor quantidade para o período desde 2020.

ESTADOS UNIDOS – Os futuros da soja foram pressionados em novembro pelos estoques alongados e especulações sobre possível aumento nas tarifas sobre as exportações norte-americanas no próximo ano. Além disso, à valorização do dólar, que tende a atrair importadores para o Brasil em detrimento dos Estados Unidos, também influenciou as quedas. A desvalorização, por outro lado, foi limitada pelo bom ritmo das exportações norte-americanas.

Com isso, na CME Group (Bolsa de Chicago), o contrato de primeiro vencimento da soja caiu 0,8% de outubro para novembro, a US$9,9508/bushel (US$ 21,94/sc de 60 kg). No comparativo anual, o recuo foi de expressivos 26%. Para o farelo, o contrato de primeiro vencimento cedeu8%, a US$ 292,42/tonelada curta (US$ 322,33/t), valor 35,3% abaixo de nov/23.

Já o contrato de primeiro vencimento do óleo de soja teve média de US$0,4467/lp (US$ 984,76/t) em novembro, alta de 3,1% frente a outubro, mas queda de 13,6% em relação a nov/23.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS NOVEMBRO/2024

Site: CEPEA

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