Julho seguiu com pouca ou nenhuma precipitação em praticamente toda a área central do país e com chuvas concentradas no norte da Região Norte e na faixa leste do Nordeste. O mês também foi marcado por duas ondas de frio, na primeira e última semana, que causaram forte queda nas temperaturas, geadas e até mesmo neve.
Em relação à precipitação, a Região Norte vem acumulando grandes volumes na parte norte de seu território e chegou ao final do mês com totais na faixa entre 150 mm e 400 mm. Nas localidades mais ao sul – Rondônia, sul do Pará e Tocantins –, os totais ficaram entre 5 mm e 40 mm.
No Centro-Oeste, o clima segue dentro das características típicas do período seco e não houve precipitação na maioria das localidades. Apenas no sul do Mato Grosso do Sul foram observados volumes mais significativos, com totais entre 10 mm e 40 mm.
Do mesmo modo, no Sudeste também predominaram áreas com pouca ou nenhuma precipitação. Os maiores volumes foram no leste de São Paulo, Rio de Janeiro e extremo-sul de Minas Gerais, com totais também na faixa entre 10 mm e 40 mm.
Na Região Nordeste, o mês de junho teve seus maiores volumes na faixa leste, entre o sul da Bahia e o Rio Grande do Norte, com totais entre 90 mm e 250 mm, e no norte do Maranhão e Piauí, com totais acumulados entre 20 mm e 80 mm. Nas demais localidades da região, os volumes ficaram, predominantemente, abaixo dos 10 mm.
A precipitação na Região Sul foi bastante irregular durante todo o mês. De forma geral, os seus maiores volumes ocorreram no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com totais entre 20 mm e 70 mm, ficando abaixo da média na maior parte desses estados. No Paraná, as chuvas foram ainda mais irregulares, o que resultou em acumulados inferiores aos outros estados da região, com totais entre 10 mm e 50 mm.
As ondas de frio marcaram julho. Na última semana, a chegada de mais uma massa de ar frio causou a queda acentuada nas temperaturas no Centro-Sul do Brasil, com registro de temperaturas negativas em diversas localidades, inclusive na região Sudeste, como em Itatiaia-RJ, com mínima de -2,4 °C, e em Monte Verde-MG, com -1,4 °C, ambas no dia 29. Porém, as menores mínimas ocorreram na Região Sul, com destaque para as estações meteorológicas de Bom Jardim da Serra-SC, com -8,6 °C, e São JoaquimRS, com mínima de -5,3 °C. As temperaturas baixas causaram geadas em vários estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, gerando danos ao setor agrícola. O mapa de possível ocorrência de geadas do Inmet mostra a abrangência das localidades possivelmente atingidas pelas geadas do Rio Grande do Sul ao centro-sul de Minas Gerais, tendo como base as temperaturas menores que 5 °C medidas nas estações automáticas. Ao todo foram 93 estações meteorológicas automáticas com registro de temperatura nessa condição. Além das geadas, houve ocorrência de neve nas cidades serranas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Condições oceânicas recentes e tendências
Em julho, o Oceano Pacífico Equatorial se manteve na sua fase neutra das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM), como observado no mapa de anomalias de TSM da segunda quinzena do mês.
Os registros diários da TSM no Oceano Pacífico Equatorial nas últimas semanas mostram uma grande oscilação, porém dentro da faixa de neutralidade, como pode ser observado no gráfico diário de anomalia de TSM na área 3.4 de El Niño/La Niña (entre 170°W-120°W).
Considera-se que o Oceano Pacifico Equatorial está na fase neutra quando as anomalias médias de TSM estão entre -0,5 °C e +0,5 °C.
O gráfico com a média dos modelos de previsão de El Niño/La Niña apresenta probabilidade de 75% de continuidade da fase de neutralidade no trimestre julho, agosto e setembro de 2021. Segundo a previsão, a fase de neutralidade tem alta probabilidade de se manter até o final de 2021.
Prognóstico climático para o Brasil – Período Agosto-Stembro-Outubro/2021
Para a Região Sul, as previsões climáticas indicam probabilidade de que as chuvas sejam mal distribuídas, devendo ocorrer áreas com chuvas abaixo e acima da média na região. Há possibilidade de áreas com chuvas próximas ou acima da média no sul do Rio Grande do Sul. Em agosto, contudo, devem predominar áreas de chuvas abaixo ou dentro da faixa normal.
Para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, as previsões com probabilidades de chuvas abaixo da média predominam. Em agosto, os maiores volumes podem ocorrer no Rio de Janeiro, Espírito Santo e sul de São Paulo.
Nas Regiões Norte e Nordeste, há predomínio de áreas com probabilidade de chuvas na faixa normal ou acima, exceto em Tocantins e sul do Pará. Especificamente em agosto, os maiores volumes devem ocorrer no norte dessas regiões, entre Roraima e o Piauí, e também no leste da Região Nordeste, entre Salvador e Natal.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do sítio do Inmet (https://portal.inmet.gov.br)
Fonte: Décimo primeiro levantamento (nº11), Safra 2020/21 – Acompanhamento da safra brasileira de grãos – Conab