Em novembro de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm em grande parte do país, principalmente, em áreas de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, onde os volumes ultrapassaram os 300 mm. Dessa forma, os níveis de água seguem elevados. Entretanto, a escassez de chuvas desde o Amapá, passando pelo nordeste do Pará, bem como na parte norte e leste do Nordeste, os níveis de umidade no solo se encontram baixos.

Na Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 40 mm, com localidades na parte sul da região amazônica, com volumes que superaram os 150 mm. De modo geral, o armazenamento hídrico do solo permanece satisfatório. Entretanto, no sul do Amapá e nordeste do Pará, os volumes foram menores que 30 mm, e os níveis de umidade do solo ainda se encontram baixos.

Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no sul do Maranhão e do Piauí, bem como o oeste e centro-sul da Bahia, com valores acima de 90 mm. Dessa forma, as condições seguem favoráveis para o avanço do plantio e desenvolvimento das culturas de primeira safra nessas áreas. Já na faixa que vai deste o norte do Maranhão até o nordeste de Sergipe, os volumes de chuvas foram abaixo de 40 mm, havendo redução dos níveis de umidade no solo.

Em grande parte da região Centro-Oeste, os volumes de chuva foram significativos, principalmente na parte central de Mato Grosso e Goiás, além do Distrito Federal, onde os valores foram acima de 250 mm. Somente no sudoeste de Mato Grosso as chuvas foram inferiores a 150 mm, mas de modo geral, os níveis de umidade do solo se encontram elevados em praticamente toda a região, e isso tem contribuído para a evolução da semeadura dos cultivos de primeira safra, além do desenvolvimento das culturas em campo.

Na Região Sudeste, a ocorrência de chuvas regulares, com volumes acima de 150 mm, tem contribuído para a manutenção dos níveis de umidade do solo. Este cenário está sendo favorável para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm no centroleste do Paraná e Santa Catarina, enquanto volumes menores foram observados no Rio Grande do Sul. De modo geral, os níveis de umidade no solo se encontram satisfatórios, e as condições seguem aptas para o desenvolvimento da safra 2024/25.

Em novembro, as temperaturas máximas foram superiores a 34 °C no centrooeste de Mato Grosso do Sul e grande parte das Regiões Norte e Nordeste. Destaques para as áreas localizadas em Roraima, Maranhão, Piauí, Ceará e oeste do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, onde foram registradas máximas acima de 36 °C. No leste das Regiões Sudeste e Nordeste, Distrito federal e sul da Bahia, as temperaturas máximas variaram entre 28 °C e 30 °C. No leste de Santa Catarina, as máximas foram inferiores a 26 °C.

Quanto às temperaturas mínimas, essas foram inferiores à 18 °C no sudeste do Paraná, leste de Santa Catarina, nordeste e sul do Rio Grande e áreas mais elevadas da Região Sudeste. Nas demais áreas, as temperaturas foram mais elevadas, principalmente na Região Norte, norte do Maranhão, do Piauí, do Ceará e sudoeste de Mato Grosso, onde as temperaturas mínimas foram acima de 24 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo, é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), entre os dias 16 e 30 de novembro de 2024. Foram observados valores negativos de anomalias, entre -0,5 °C e -2 °C em toda faixa do Pacífico Equatorial, mostrando um certo resfriamento das águas nesta região. Considerando somente a área do Niño 3.4, área entre 170°W e 120°W, as anomalias médias de TSM têm apresentado valores abaixo de -0,5 °C desde setembro, porém para que o fenômeno La Niña seja declarado, estes valores devem permanecer por pelo menos três meses consecutivos. Desta forma, ainda se observa condições de neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição das condições de neutralidade para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com 50% de probabilidade durante o trimestre dezembro de 2024, janeiro e fevereiro de 2025.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO DEZEMBRO DE 2024, JANEIRO E FEVEREIRO DE 2025

A previsão climática do modelo do Inmet para os próximos três meses é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas acima da média para o Centro-Norte do Brasil, mas principalmente no Amapá, divisa do Pará com Amazonas e nordeste de Mato Grosso. Chuvas abaixo da média são previstas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de totais de chuva acima da média em grande parte da região, exceto em áreas pontuais do centro-leste do Pará, bem como da divisa do sul do Amazonas com Rondônia, onde são previstas chuvas abaixo da média histórica. No geral, a previsão é de níveis de umidade do solo favoráveis nos próximos meses, principalmente no centro-sul da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas espacialmente irregulares, com volumes próximos e abaixo da média em grande parte da região. Porém, em áreas do Ceará, leste e noroeste da Bahia, sul do Maranhão e sudeste do Piauí, podem ocorrer chuvas acima da média, que podem contribuir para a elevação do armazenamento hídrico do solo, principalmente entre janeiro e fevereiro de 2025.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica predomínio de chuvas próximas ou acima da média, contribuindo para a elevação dos níveis de água no solo. Em algumas áreas do centro-oeste de Minas Gerais, norte de Goiás e oeste de Mato Grosso, são previstas chuvas abaixo da média, porém os níveis de umidade do solo serão suficientes para as culturas de primeira safra.

Na Região Sul, são previstas chuvas próximas ou acima da média em grande parte do Paraná, entretanto no sul deste estado, bem como em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, são previstos volumes mais baixos, podendo haver uma ligeira redução da umidade do solo nos próximos meses, principalmente no centro-sul do Rio Grande do Sul. De modo geral, os níveis de umidade no solo serão satisfatórios, propiciando condições razoáveis para o desenvolvimento das culturas de primeira safra.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas mais ao norte, onde os valores médios podem ultrapassar os 28 °C. Em áreas pontuais do sul da Bahia e de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e leste da Região Sul, as temperaturas devem ser inferiores a 24 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 20 °C.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).

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Fonte: CONAB



 

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Autor:Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2023/2024 - 3° Levantamento

Site: CONAB

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