InícioDestaqueAnálise e perspectivas climáticas para os meses de novembro/22 a janeiro/23

Análise e perspectivas climáticas para os meses de novembro/22 a janeiro/23

ANÁLISE CLIMÁTICA DE OUTUBRO

Em outubro de 2022, os maiores acumulados de chuva foram registrados principalmente entre Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, com volumes que ultrapassaram 400 mm, além de áreas do oeste da Região Norte, com acumulados maiores que 150 mm. Já em grande parte dos estados da Região Nordeste, os volumes de chuva não chegaram a 40 mm, o que impactou negativamente os níveis de água no solo.

Na Região Norte, os maiores acumulados de chuva foram superiores a 150 mm, principalmente no Amazonas, Acre, Rondônia e oeste do Pará, mantendo os níveis de armazenamento de água no solo elevados. Nas demais áreas, os acumulados de chuva foram inferiores a 150 mm, entretanto foram responsáveis pela elevação dos níveis de água no solo, principalmente no leste do Pará e em Tocantins.

Em parte da Região Nordeste foram registrados baixos acumulados de chuva, em torno de 30 mm, enquanto em áreas do norte da região não houve precipitação. Na região do Sealba, a condição de baixos volumes de chuva favoreceu a maturação e a colheita do feijão e do milho terceira safra, enquanto no Matopiba houve um ligeiro aumento do armazenamento de água no solo. No entanto, na costa sul da Bahia foram observados volumes de chuva superiores a 120 mm, mantendo altos níveis de água no solo.

Na Região Centro-Oeste foram registrados volumes de chuva em parte da região, com destaque para as áreas do oeste de Mato Grosso e centro-sul de Mato Grosso do Sul, com acumulados superiores a 150 mm, o que foi importante para a elevação do armazenamento de água no solo e benéfico para o início da safra de grãos 2022/23. Nas demais áreas, a precipitação acumulada ficou entre 40 mm e 130 mm, o que também foi responsável pelo ligeiro aumento da umidade do solo. Já em parte do Distrito Federal e nordeste de Goiás, os volumes de chuva não ultrapassaram 40 mm.



Em parte do centro-sul da Região Sudeste foram observados volumes de chuva acima de 90 mm, ocasionando elevação do armazenamento de água no solo e que tem sido importante para o início da safra de verão. Já em áreas do norte de Minas, os acumulados de chuva foram inferiores a 40 mm, mantendo ainda baixos os níveis de umidade no solo.

Na Região Sul foram registrados volumes de chuva significativos em praticamente toda a região, com acumulados que ultrapassaram 400 mm no oeste do Paraná e de Santa Catarina, o que impactou negativamente as práticas de manejo e as fases finais da cultura do trigo, além da implantação e estabelecimento das culturas de verão. No Rio Grande do Sul, com exceção do extremo-norte do estado, os volumes de chuva foram inferiores a 120 mm, ocasionando uma ligeira redução dos níveis de água no solo, principalmente em áreas do sudoeste.

Em relação à temperatura do ar, em outubro as temperaturas foram ligeiramente mais quentes que no mês anterior, não sendo registrados casos de geada nas estações do Inmet, além de não terem sido observados danos significativos às culturas.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 2 e 29 de outubro de 2022. Na parte Central do Pacífico Equatorial houve predomínio de anomalias negativas de até -1 °C, chegando a valores menores que -2 °C na costa oeste da América do Sul, indicando a persistência de temperaturas mais frias nestas regiões. Já na região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), a anomalia média de TSM durante outubro permaneceu negativa, indicando a persistência de uma La Niña com intensidade fraca e com valores de anomalia em torno de -0,8 °C. Entretanto, nos últimos dias do mês houve uma tendência de diminuição das temperaturas, chegando a uma anomalia de cerca de -1 °C.A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), indica que as condições de La Niña ainda devem permanecer durante o final da primavera e início do verão (novembro de 2022 a janeiro de 2023), com probabilidade de 84%. As chances de continuidade do fenômeno reduzem para 72% no trimestre seguinte (dezembro de 2022 a fevereiro de 2023), entretanto os modelos sinalizam uma possibilidade de transição para a neutralidade a partir de março.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2022 E JANEIRO DE 2023

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo estatístico do Inmet, são mostradas na figura abaixo. Para a Região Norte há previsão de chuva acima da média climatológica, com exceção de áreas do sul do Pará, sudoeste do Amazonas, Acre e Rondônia, onde a previsão indica uma tendência de chuvas dentro ou abaixo da média.

Para a Região Nordeste, o modelo continua indicando chuvas dentro ou acima da média climatológica em praticamente toda a região. Em áreas do Matopiba, o início da safra pode ser marcado por chuvas dentro ou acima da média climatológica, principalmente em novembro e dezembro, o que será favorável para a elevação dos níveis de água no solo, com destaque para áreas do oeste da Bahia e em Tocantins, e poderá favorecer o estabelecimento e as fases inicias das culturas.

Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão trimestral indica chuvas dentro ou ligeiramente acima da média em grande parte da região, com exceção de áreas centrais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, além do Distrito Federal e áreas do extremo-sul de São Paulo, Triângulo Mineiro e central de Minas Gerais, onde há previsão de chuvas dentro ou abaixo da climatologia. Entretanto, em novembro há previsão do início da estação chuvosa, o que será importante para a elevação do armazenamento de água no solo em áreas que vem apresentando deficit hídrico, beneficiando o estabelecimento das fases iniciais das culturas de verão no campo, como a soja, milho, feijão e algodão.

Na Região Sul, a previsão da continuidade de condições de La Niña nos próximos meses pode influenciar na redução das chuvas em grande parte da região, basicamente em novembro e dezembro, principalmente no Rio Grande do Sul, como é indicado pelo prognóstico climático, impactando negativamente as culturas que se encontrarem em fases fenológicas mais sensíveis. No entanto, no Paraná e em Santa Catarina, os grandes acumulados de chuva que tem sido observados nos últimos meses mantiveram os níveis de água no solo, e as chuvas abaixo da média previstas pelo modelo contribuirão para a redução do excedente hídrico, o que pode favorecer as culturas de verão, como soja, milho e feijão. Já para as culturas de inverno, como o trigo e a aveia, o tempo seco poderá favorecer as fases finais, como a maturação e a colheita.

Em relação à temperatura média do ar, há previsão de temperaturas dentro ou acima da média climatológica em grande parte do país, com exceção de áreas do leste do Brasil, compreendendo uma faixa que vai de Santa Catarina à Bahia, onde há previsão de temperaturas dentro ou abaixo da média, principalmente em novembro.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet, https://portal.inmet.gov.br.

Fonte: Conab



 

Equipe Mais Soja
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