A analise foliar, geralmente realizada durante o período reprodutivo da soja, é uma ferramenta complementar a análise química da fertilidade do solo, que possibilita a diagnose do estado nutricional da planta, a fim de embasar determinadas práticas de manejo visando a obtenção de altas produtividades. A diagnose do estado nutricional de uma cultura consiste na interpretação dos resultados da análise química de uma amostra de folhas coletadas em um talhão de lavoura, no intuito de se identificar a ocorrência de excessos, carências ou desequilíbrios nutricionais (Kurihara et al., 2014).
Normalmente, o foco da análise foliar são os macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S); e os micronutrientes, boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn). Uma vez realizada a analise foliar dos teores nutricionais, pode-se realizar a interpretação dos resultados mediante critérios das faixas de suficiência ou sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS).
O método de faixas de suficiência consiste na comparação direta entre os resultados obtidos na análise foliar e os valores de referência pré-estabelecidos para a cultura, enquanto o método DRIS, é um pouco mais complexo, havendo embasamento em uma série de preceitos teóricos e procedimentos de cálculo, entretanto, permite a identificação de desequilíbrios nutricionais (Kurihara et al., 2014).
De modo geral, pela maior facilidade de interpretação dos resultados, o método de faixas de suficiência é um dos mais utilizados. Entretanto, recomendações atuais estabelecem diferentes classes e teores de nutrientes com base no tipo de crescimento da soja e estado produtor, em específico para os estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Para o Paraná, são apresentados na tabela 1 as faixas indicativas de suficiência de nutrientes definidas para a soja de tipo de crescimento indeterminado. Para os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a interpretação dos resultados de análise foliar é feita com base nos teores definidos na tabela 2. Já na tabela 3, estão apresentados os teores utilizados para interpretação da análise foliar, sem pecíolo, de soja de tipo de crescimento determinado e indeterminado para as demais regiões produtoras.
Tabela 1. Teores de nutrientes utilizados na interpretação dos resultados das análises de folhas, sem pecíolo, de soja de tipo de crescimento indeterminado, para o Paraná.
Tabela 2. Teores de nutrientes utilizados na interpretação dos resultados das análises de folhas de soja para o MS e MT (Estádio R2).
Tabela 3. Classes e teores de nutrientes utilizados na interpretação dos resultados das análises de folhas, sem pecíolo, de soja de tipos de crescimento determinado e indeterminado.
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Referências:
KURIHARA, C. H. et al. DIAGNOSE DO ESTADO NUTRICIONAL DE SOJA E ALGODOEIRO, PELOS MÉTODOS DAS FAIXAS DE SUFICIÊNCIA E DRIS, EM MATO GROSSO DO SUL E MATO GROSSO. Embrapa, Circular Técnica, n. 29, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/114002/1/CT201429.pdf >, acesso em: 17/08/2022.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja, Cap. 7, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 17/08/2022.