Embora não seja tão popularizada quanto a análise química da fertilidade do solo, a análise foliar da soja é uma ferramenta muito eficiente para avaliar o estado nutricional das plantas. Assim como para a diagnose via análise do solo, para a análise foliar os parâmetros de interpretação estão previamente estabelecidos.
A diagnose do estado nutricional da soja consiste na interpretação dos resultados da análise química de uma amostra de folhas coletadas em um talhão de lavoura, no intuito de se identificar a ocorrência de excessos, carências ou desequilíbrios nutricionais. Normalmente, o foco da análise foliar são os macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S); e os micronutrientes, boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn) (Kurihara et al., 2014).
Coleta das folhas
Segundo Castro et al. (2020), a coleta de folhas para análise foliar deve ser realizada quando 50% das plantas do talhão estiverem no estádio correto de amostragem.
Cultivares determinadas
Para as cultivares de tipo de crescimento determinado é indicado que a amostragem seja efetuada no início do florescimento, preferencialmente no estádio R1, podendo-se estender a R2.
Figura 1. Período de coleta de folhas em cultivares de soja tipo determinado para analise foliar.
Cultivares indeterminadas
Para as cultivares de tipo de crescimento indeterminado, é indicada a amostragem no florescimento pleno (estádio R2), podendo-se estender até o início do estádio R3. Para ambos os tipos de crescimento das cultivares, deve-se colher, por talhão, em torno de 30 folhas recém-maduras que, de modo geral, correspondem à terceira ou quarta folha a partir do ápice da haste principal (Castro et al., 2020).
Figura 2. Período de coleta de folhas em cultivares de soja tipo indeterminado para analise foliar.
Veja mais: Aplicação prática da escala fenológica na cultura da soja
Interpretação
De acordo com Oliveira Junior et al. (2020), a interpretação dos resultados da análise química das folhas pode ser realizada por meio análise das classes e teores dos nutrientes, com base nas recomendações para a cultura (tabela 1), ou sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS)
Tabela 1. Classes e teores de nutrientes utilizados na interpretação dos resultados das análises de folhas, sem pecíolo, de soja1 de tipo de crescimento determinado e indeterminado.
Além de ser considerada uma ferramenta de diagnose, permitindo a análise mais completa do estado nutricional da planta, a análise foliar da soja possibilita acompanhar a evolução da nutrição na lavoura, safra após safra. Como aplicação prática a análise foliar possibilita a identificação da necessidade de aplicação de determinado nutriente que estaria limitando a produção ou, mais amplamente, o ajuste no programa de adubação (Castro et al., 2020).
Referências:
CASTRO, C. et al. MAGNÉSIO: MANEJO PARA O EQUILÍBRIO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 430, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/224430/1/DOCUMENTO-430-online.pdf >, acesso em: 19/08/2024.
KURIHARA, C. H. et al. DIAGNOSE DO ESTADO NUTRICIONAL DE SOJA E ALGODOEIRO, PELOS MÉTODOS DAS FAIXAS DE SUFICIÊNCIA E DRIS, EM MATO GROSSO DO SUL E MATO GROSSO. Embrapa, Circular Técnica, n. 29, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/114002/1/CT201429.pdf >, acesso em: 19/08/2024.
OLIVEIRA JUNIOR, A. ESTÁDIOS FENOLÓGICOS E MARCHA DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES DA SOJA. Embrapa Soja, 2016. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1047123/estadios-fenologicos-e-marcha-de-absorcao-de-nutrientes-da-soja >, acesso em: 19/08/2024.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja, Cap. 7, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 19/08/2024.
