Os preços do milho acumularam queda em junho na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, influenciados pela colheita de segunda safra, que avança em ritmo acima do registrado no ano anterior.

Assim, parte dos produtores começou a aumentar o volume de milho disponível no spot. No entanto, uma parcela desses agentes, receosa quanto aos impactos do clima adverso sobre as lavouras durante o desenvolvimento, seguiu limitando a oferta. Do lado da demanda, consumidores receberam lotes negociados antecipadamente ou priorizaram a utilização dos estoques, adquirindo poucos lotes no spot, à espera de novas desvalorizações com o avanço da colheita.

PREÇOS – O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 3,6% em junho, encerrando a R$ 57,22/sc de 60 kg no dia 28 de junho. A média mensal, de R$ 57,86/saca de 60 kg, foi 2% menor na comparação com a anterior.

Esse cenário de queda foi observado na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. No balanço das praças, de maio para junho, as baixas nos preços foram de 2,2% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,6% no disponível (negociações entre empresas) entre 31 de maio e 28 de junho.

EXPORTAÇÃO – Em meados de junho, os preços internacionais avançaram e elevaram a paridade de exportação. Além disso, os prêmios e a moeda norte-americana também impulsionaram os valores do milho. No entanto, a oferta nacional elevada pressionou as cotações. Em Paranaguá (PR), a média dos preços do cereal em junho é 1,4% inferior à de maio, enquanto o dólar subiu 5% no mesmo comparativo.

Quanto aos embarques, em junho, o Brasil exportou somente 850,89 mil de toneladas de milho, abaixo das 1,034 milhão de toneladas embarcadas em jun/23.

COLHEITA – Até o dia 30 de junho, segundo a Conab, as médias nacionais das colheitas de primeira e segunda safra somavam 93,6% e 47,9% das respectivas áreas, atraso anual de 1,2 p.p. para a primeira, mas forte avanço de 27,9 p.p. para a segunda.

Quanto à safra verão, restam apenas três estados para finalizarem a colheita: Maranhão, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul – até o final de junho, as atividades nessas regiões somavam 58%, 83% 93,1% e 98%, nesta ordem,segundo a Conab.

No caso da segunda safra, a colheita vem ganhando ritmo em Mato Grosso. De acordo com o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), até o dia 28 de junho, foram colhidos 62,4% da área estadual, elevação de 29,34 p.p. em um ano.

No Paraná, com o avanço da colheita, agricultores identificaram produtividades baixas – parte das lavouras nem chegou a ser colhida e/ou foi destinada à silagem. De acordo com dados da Seab/Deral do dia 1º de julho, as atividades alcançaram 53% da área. Sobre as condições das lavouras, as boas passaram de 82% no mesmo período do ano anterior para 48% nesta temporada. Em Mato Grosso do Sul, com área de 2,218 milhão de hectares semeados, a estimativa para essa temporada é que sejam produzidas 11,48 milhões de toneladas, e a colheita chegou a 15,3% da área até o dia 28 de junho, segundo a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

MERCADO EXTERNO – Nos Estados Unidos, os preços caíram com força no mês, pressionados pelo bom avanço da colheita da segunda safra no Brasil e da elevada oferta global na atual temporada. Na Bolsa de Chicago (CME Group), entre 31 de maio e 28 de junho, o primeiro vencimento (Jul/24) recuou fortes 11%, fechando a US$ 3,9725/bushel (US$ 156,39/t) no dia 28.

O relatório mensal de oferta e demanda do USDA, divulgado em meados de junho, indicou que a produção mundial e o consumo estão ambos estimados em 1,22 bilhão de toneladas.

Quanto às lavouras nos Estados Unidos, agentes seguem atentos ao desenvolvimento, e segundo o relatório do USDA, até o dia 30 de junho, as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam por 67% do total, acima dos 51% do registrado no ano anterior. Na Argentina, a colheita do milho alcançou 54,9% da área nacional, avanço semanal de 5,6 pontos percentuais, conforme indicado pela Bolsa de Cereais no dia 27.

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FonteCepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS DE JUNHO/2024/CEPEA

Site: CEPEA

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