Com o avanço do beneficiamento de pluma no Brasil, que possibilita o cumprimento de contratos, as exportações de algodão seguiram ganhando ritmo em outubro. Foram 281 mil toneladas embarcadas no mês, o maior volume desde dez/23 (de 351 mil toneladas) e ultrapassando o recorde mensal de 2024, que, até então, ficava com fev/24, de 258,2 mil toneladas – dados Secex.

Assim, em 12 meses (entre 1º/nov/23 e 31/out/24), são 2,73 milhões de toneladas enviadas ao exterior, um marco histórico nacional. Desde junho deste ano, as vendas externas acumuladas em 12 meses superam as dos Estados Unidos, colocando o Brasil como o maior exportador mundial.

No geral, vendedores seguiram priorizando os embarques de contratos a termo e também realizaram novas programações, principalmente para exportação, envolvendo a safra 2023/24, além do produto que virá na temporada 2024/25. No mercado interno, os preços da pluma caíram diante da demanda doméstica enfraquecida e da flexibilidade de parte dos vendedores, no intuito de liquidar alguns lotes e/ou captar recurso. Do lado comprador, indústrias apontaram já estarem abastecidas no curto prazo, realizando novas aquisições pontuais e/ou a fim de repor estoque. Agentes relataram que as vendas dos manufaturados têm apresentado melhora nos últimos meses.

Entre 30 de setembro e 31 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 2,14%, fechando a R$ 3,9335/lp no dia 31. Assim como típico para esse período do ano, os preços médios do algodão praticados no mercado brasileiro têm se distanciado dos valores externos – com vantagem para as cotações internacionais. Esse cenário se deve ao crescimento na disponibilidade doméstica, diante do avanço do beneficiamento da pluma da safra 2023/24.

Em outubro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de US$ 0,7060/lp, baixa de 1,5% frente à do mês anterior, o que se deve à valorização de 1,5% na taxa de câmbio no período (com a média passando para R$ 5,6262 em outubro/24). Enquanto isso, o Índice Cotlook A avançou 1,6%, para US$ 0,8373/lp, e o primeiro vencimento da ICE Futures (Bolsa de Nova York) subiu 1,1%, para US$ 0,7166/lp.

Diante disso, em outubro, a média de preço no Brasil (Indicador em dólar) ficou 15,9% abaixo da do mercado externo (Índice Cotlook A). Trata-se da maior diferença desde outubro/23, quando era de 17%.

Já em relação ao primeiro vencimento da ICE Futures, a diferença em outubro está em 1,7% – ressalta-se que esse cenário é verificado após o valor interno ter operado quatro meses acima do praticado nos Estados Unidos. Há um ano, essa diferença chegou a 6,2%, também com preços internos abaixo dos da bolsa norte-americana.

De modo geral, entretanto, apesar de muitas vezes agentes sinalizarem discordância quanto à tendência de preços, especialmente em curtos prazos, é importante que se tenha em mente que os padrões sazonais costumam ser mantidos. O alinhamento com o mercado externo é sempre visto. No caso do algodão, a proximidade é com a paridade de exportação, diante do amplo excedente doméstico.

MERCADO INTERNACIONAL 

Cálculos do Cepea apontam que a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) subiu 3,4% entre 30 de setembro e 31 de outubro, passando para R$ 4,1520/lp (US$ 0,7182/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 4,1625/lp (US$ 0,7200/lp) no de Paranaguá (PR) no dia 31. Esse movimento é resultado da valorização de 5,96% do dólar frente ao Real no mês – a moeda norte-americana passou para R$ 5,781, enquanto o Índice Cotlook A recuou 2,48%, para US$ 0,8255/lp também no dia 31.

Os contratos na Bolsa de Nova York acumularam queda em outubro; o vencimento Dez/24 se desvalorizou 5,49%, a US$ 0,6993/lp no dia 31; o Mar/25 registrou baixa de 4,68%, a US$ 0,7227/lp; para Mai/25, o recuo foi de 4%, a US$ 0,7376/lp, e, para Jul/25, de 3,01%, a US$ 0,7503/lp.

CAROÇO DE ALGODÃO 

Os preços de caroço de algodão subiram por mais um mês, impulsionados pela posição firme de vendedor e pela maior demanda, especialmente de pecuaristas. Essa procura continua sendo alavancada pelo clima seco e pela dificuldade de pastagens diante da falta de chuva em algumas regiões, dando suporte às cotações mesmo com a safra volumosa sendo beneficiada.

Levantamento do Cepea mostra que o valor médio do caroço no mercado spot em outubro/24 foi de R$ 683,66/t em Campo Novo do Parecis (MT), altas de 12,6% em relação ao mês anterior e de 11,2% sobre outubro/23 (R$ 614,89/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de setembro/24.

Em Lucas do Rio Verde (MT), a média avançou 16,1% na comparação mensal e 10% na anual, para R$ 663,40/t em outubro/24. Em Primavera do Leste (MT), a média foi de R$ 762,12/t, respectivas altas de 18,7% e de 7,6%. Já em São Paulo (SP), a valorização no mês limitou-se a 3,7%, com queda de 7,3% no ano, à média de R$ 1.113,71/t em outubro/24. Em Barreiras (BA), o preço médio, de R$ 811,58/t, subiu 1,1% frente ao de setembro/24, mas caiu 19,2% em relação ao de outubro/23.

Confira a análise mensal do algodão de outubro/2024 completo, clicando aqui!

Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS OUTUBRO/2024

Site: CEPEA

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