Em julho, os preços do arroz em casca subiram pelo quarto mês consecutivo, mantendo o movimento de recuperação e amenizando a queda anual acumulada para 7,3%, em termos nominais. O impulso veio sobretudo do maior interesse comprador de tradings com destino à exportação, combinado à elevação do dólar. A disputa pelo produto também favoreceu ajustes nos valores de ofertas de compra para atrair vendedores, principalmente para o arroz depositado.

Segundo agentes consultados pelo Cepea, os atuais valores do casca para 58% de grãos inteiros – acima de R$ 115/saca de 50 kg em algumas regiões – pressionam as margens de lucro e dificultam a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, para atacadistas e varejistas. Além disso, algumas indústrias se dedicaram ao beneficiamento do arroz tailandês, que recentemente chegou ao Brasil.

Do lado dos vendedores, alguns seguiram restringindo suas ofertas, enquanto outros negociaram no à vista a preços elevados. Diante das vendas internacionais vantajosas, os valores pedidos no porto de Rio Grande chegaram a R$ 125/sc, cerca de R$ 12 a mais que os praticados no mercado doméstico para o arroz com 56% de grãos inteiros, base para exportação.

Unidades de beneficiamento, por sua vez, continuaram enfrentando dificuldades na venda. Em maio, com a insegurança causada pelo governo brasileiro ao anunciar uma possível “falta de arroz”, muitos compradores estocaram o cereal e, agora, esses agentes negociam no varejo o produto estocado, reduzindo a liquidez. Já os engenhos relataram dificuldades em atrair produtores para adquirir o casca, devido à elevação da paridade de exportação. Assim, prevaleceu a manutenção dos preços de compra; somente aqueles com maior necessidade de repor estoques se dispuseram a pagar valores ligeiramente superiores.

PREÇOS REGIONAIS 

De 28 de junho a 31 de julho, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) avançou 2,81%, fechando a R$ 116,49/sc de 50 kg no dia 31. Dentre as microrregiões que compõem o Indicador, a da Campanha apresentou aumento de 2,48% no comparativo mensal, com média de R$ 112,92/sc em jul/24. Na Fronteira Oeste, a alta foi de 1,47%, para R$ 115,71/sc. Na Zona Sul e Planície Costeira Interna, houve elevações de 0,84% e 0,13%, com respectivas médias de R$ 117,12/sc e 117,14/sc. Já na Depressão Central e Planície Costeira Externa, os valores caíram 0,4% e 4,25%, a R$ 109,94/sc e R$ 115,92/sc em jul/24, na mesma ordem.

Para as demais faixas de rendimento acompanhadas pelo Cepea, o preço médio do produto com 50% a 57% de grãos inteiros no Rio Grande do Sul subiu 1,62% entre jun/24 e jul/24, a R$ 112,98/sc de 50 kg. Os grãos com 59% a 62% de inteiros se valorizaram 1,08% no período, com a média passando para R$ 115,76/sc. Quanto ao de 63% a 65% de grãos inteiros, o preço ficou praticamente estável (-0,03%) em igual comparativo, a R$ 116,94/sc.

PREÇOS EXTERNOS

Os preços de exportação do arroz divulgados pela FAO (são 21 valores de referência) caíram 2,41%entre jun/24 e jul/24, passando para 133,3 pontos. Já em relação a jul/23, houve alta de 2,77%. A FAO aponta que, no mês passado, o valor médio FOB do arroz brasileiro foi de US$801/tonelada (o que equivale a US$ 40,05/sc de 50 kg), 0,68%inferior ao da Argentina (de US$ 806,5/t ou de US$ 40,32/sc) e1,53% abaixo do verificado no Uruguai (US$ 813,5/t ou de US$40,67/sc).

RITMO INDUSTRIAL 

Dados macroeconômicos sobre a produção industrial divulgados pelo IBGE indicaram redução de 12,83% no beneficiamento de arroz e na fabricação de produtos derivados do cereal de maio para junho/24 (dado mais recente). Frente a junho/23, a queda é de 11,54%.

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Fonte: CEPEA


FONTE

Autor:AGROMENSAIS JULHO/2024

Site: Cepea

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