O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul encerrou junho com preços firmes, apesar do ritmo lento de negócios em meio ao cenário de incertezas. O suporte veio principalmente da demanda internacional aquecida, já que as exportações continuaram mais atrativas do que as vendas internas. No entanto, as menores saídas de arroz beneficiado para grandes centros consumidores nacionais limitaram a liquidez e os aumentos nos valores da matéria-prima.

De modo geral, vendedores mantiveram suas propostas firmes devido aos altos custos estimados, enquanto as significativas perdas agrícolas causadas pelo El Niño levaram produtores a buscar maior valorização do arroz. As fortes chuvas durante o mês impactaram parcialmente o transporte do cereal, dificultando a comercialização e reforçando a lentidão dos negócios. Do lado da demanda, muitos agentes optaram por trabalhar apenas com os volumes já estocados, e algumas indústrias adiaram as compras aguardando a chegada de navios com cereal importado de parceiros do Mercosul.

Quanto às ações do governo brasileiro em junho, destaca-se o cancelamento do leilão de importação do arroz beneficiado, sem data para realização do próximo. A continuação da compra do cereal para beneficiar consumidores e pequenos varejistas pode gerar conflitos com a cadeia produtiva e desestimular o plantio para a próxima safra, que começa em menos de 90 dias.

Segundo dados da Revista Planeta Arroz referente ao mês de junho, a previsão do retorno do fenômeno La Niña e os reservatórios de água cheios podem levar muitos produtores a optar pelo cultivo da soja. Na temporada 2022/23, a oleaginosa ocupou 55% da área originalmente destinada ao arroz, mas essa porcentagem diminuiu devido ao excesso hídrico causado pelo El Niño.

PREÇOS REGIONAIS – De 31 de maio a 28 de junho, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) caiu 5,29%, fechando a R$ 113,30/sc de 50 kg no dia 28. Especificamente entre maio e junho, o Indicador permaneceu praticamente estável (+0,19%), de R$ 114,34/sc de 50 kg para R$ 114,56/sc.

Dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, a Planície Costeira Externa apresentou aumento de 3,84% no comparativo mensal, com média de R$ 121,06/sc em jun/24. Na Zona Sul, houve valorização de 1,09%, para R$ 116,15/sc. Na Planície Costeira Interna e Depressão Central, os aumentos foram de 0,64% e 0,58%, com respectivas médias de R$ 116,98/sc e 110,38/sc. Já para as regiões da Campanha e Fronteira Oeste, houve quedas de 0,54% e 1,65% a R$ 110,19/sc e R$ 114,04/sc em jun/24, na mesma ordem.

Para as demais faixas de rendimento acompanhadas pelo Cepea, o preço médio do produto com 50% a 57% de grãos inteiros no Rio Grande do Sul subiu 0,54% entre mai/24 e jun/24, a R$ 111,58/sc de 50 kg. Os grãos com 59% a 62% de inteiros se desvalorizaram 1,41% no período, com a média passando para R$ 114,52/sc. Quanto ao de 63% a 65% de grãos inteiros, houve acréscimo de 0,42% em igual comparativo, a R$ 116,98/sc.

VAREJO – Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15(IPCA-15, considerado uma prévia da inflação) divulgados pelo IBGEno dia 26 apontaram variação positiva de 0,39% nos preços de umconjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidospelas famílias brasileiras em maio/24. Especificamente em relaçãoao arroz, houve considerável aumento de 4,2% no período, acumulando avanço de 30,09% nos últimos 12 meses, na médianacional.

INDUSTRIAL – Dados mais recentes divulgados pelo IBGE indicamredução de 5,7% no beneficiamento de arroz e na fabricação deprodutos derivados do cereal em maio/24, comparado ao mêsanterior. No acumulado dos últimos 12 meses, essas atividadesregistram uma maior estabilidade, mas ainda com margem negativa.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:CEPEA

Site: Agromensal junho/2024

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