Os preços do milho seguiram firmes em novembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. O suporte veio da retração de vendedores, que continuaram focados nas atividades envolvendo a semeadura da safra verão. A demanda também registrou aumento em novembro. Parte dos consumidores que priorizava o uso de estoques e/ou aguardava desvalorização voltou ao mercado, no intuito de recompor os estoques e se programar para o final de 2025 – vale lembrar que as últimas semanas do ano são marcadas pela menor liquidez, sobretudo devido à paralisação de transportadoras.

Vendedores, por sua vez, limitaram o volume de mercadoria para entrega imediata. Além disso, a paridade de exportação e os embarques se mantendo em bons patamares também deram suporte aos vendedores, que acabaram aguardando melhores oportunidades para novos negócios Assim, no acumulado de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou consideráveis 4%, fechando a R$ 68,76/saca de 60 kg no dia 28. A média mensal foi de R$ 67,54/sc de 60 kg, superando em 3,4% a de outubro, e atingindo o maior patamar nominal desde junho/25 (R$ 68,15/sc de 60 kg).

Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, o cereal valorizou 0,9% no mercado de balcão (ao produtor) e 2,4% no de lotes (negociação entre empresas) também no acumulado de novembro. As médias mensais superaram em respectivos 1,2% e 1,9% as de outubro. Na B3, a demanda aquecida, as altas dos preços internacionais e as atenções voltadas ao desenvolvimento da safra verão impulsionaram os futuros durante a maior parte do mês. Os vencimentos Jan/26 e Mar/26 subiram 2% fechando a R$ 73,22 e R$ 74,91/sc de 60 kg no dia 28.

EXPORTAÇÕES – Na parcial de novembro (com 14 dias úteis), os embarques brasileiros de milho totalizam 3,93 milhões de toneladas, o que já representa 83% do escoado em todo mês de novembro/24, segundo dados preliminares da Secex. Nos portos, no spot, levantamento do Cepea mostra alta nos preços, com influência vinda das valorizações externa. Em Paranaguá (PR) e em Santos (SP), no acumulado de novembro, os avanços foram de 1,6% e de 1%, nessa ordem. Já o dólar se desvalorizou 0,9% no mesmo período, a R$ 5,332 no dia 28.

ESTIMATIVAS – Dados divulgados no dia 13 pela Conab indicaram que a área com milho de primeira safra deve crescer em todas as mesorregiões brasileiras, com aumento de 7,1% na média nacional, para 4,04 milhões de hectares. Esse cenário se deve à migração de muitos produtores de arroz e feijão para o milho, que tem melhor perspectiva de rentabilidade. A produtividade estimada é de 6,4 t/ha, 3,1% inferior à da temporada anterior. Com isso, a produção prevista é de 25,9 milhões de toneladas, 3,7% acima da safra anterior. Para a segunda safra, a Companhia segue prevendo aumento de área e redução de produtividade, que resultaria em oferta de 110,5 milhões de toneladas, 2,5% a menos que a colhida em 2025. Para a terceira safra, cultivada em estados do Norte e Nordeste, há previsão de menores área e produtividade, resultando em produção de 2,5 milhões de toneladas, com queda de 13,1% sobre a temporada de 2025.

No agregado, a Conab estima a produção nacional em 138,4 milhões de toneladas para 2026, com queda de 1,6% em relação a 2025. Considerando-se os amplos estoques iniciais previstos para fevereiro/26 e as importações, a disponibilidade interna deve alcançar o recorde de 154,7 milhões de toneladas, 6,9% acima da temporada passada. Desse total, 94,6 milhões devem ser consumidos internamente, gerando excedente superior a 60 milhões de toneladas, o maior desde a temporada 2022/23. Espera-se que 46,5 milhões de toneladas sejam exportadas entre fevereiro/26 e janeiro/27, o que representaria o maior volume em três safras. Os estoques finais devem continuar elevados, até então previstos em 13,5 milhões de toneladas.

O USDA voltou a divulgar no dia 14 de novembro o relatório de oferta e demanda, que estava sem atualização desde setembro deste ano, devido à paralisação de parte do governo dos Estados Unidos. No relatório mais recente, o Departamento diminuiu ligeiramente a produção mundial em comparação com o de setembro; o motivo seria a menor oferta dos Estados Unidos, mas compensada devido ao aumento da safra na União Europeia e no México. Vale lembrar que, apesar da queda na produção norte-americana frente ao relatório de setembro, a oferta dos Estados Unidos ainda deve ser recorde, agora estimada em 425,52 milhões de toneladas, ante 427,10 milhões em setembro e 378,32 toneladas produzidas em 2024/25. No balanço, a produção mundial é estimada em 1,28 bilhão de tonelada na temporada 2025/26,sendo 4,5% maior que a anterior.

O consumo mundial foi elevado para 1,29 bilhão de tonelada, acima das 1,28 bilhão de toneladas projetadas no relatório de setembro. O crescimento deverá ocorrer no Brasil, União Europeia, México e Argentina. Com isso, o estoque de passagem terá queda de 3,5% entre as temporadas, agora estimado em 281,34 milhões de toneladas. Assim, a relação estoque/consumo de 21,9% é a menor desde 2012/13, quando era de 16,4%. Nem mesmo a produção recorde e os estoques elevados nos Estados Unidos limitaram a queda dos estoques mundiais.

CAMPO – O cultivo da safra verão segue em bom ritmo nas principais regiões produtoras, apesar dos volumes de chuvas, da intensidade dos ventos e registros de granizo em meados de novembro, que deixaram produtores em alerta. Até o dia 29, a semeadura somava 65,9% da área nacional, 1,2 p.p. acima da média dos últimos cinco anos.

No Paraná, a semeadura foi finalizada no início de novembro e, apesar da leve piora das condições das lavouras durante o mês, o desenvolvimento segue satisfatório. Até o dia 2 de dezembro, das lavouras implantadas, 92% estavam em boas condições; 7%, em médias e apenas 1% estava ruim, conforme dados da Seab/Deral. No Rio Grande do Sul, as condições climáticas beneficiaram a cultura, que apresenta bom desenvolvimento. Até o dia 27, a semeadura somava 86% da área estadual, e, destas lavouras, 52% já estavam em desenvolvimento vegetativo; 30%, em floração e 18%, em enchimento dos grãos, segundo a Emater/RS.

Confira o Agromensal novembro/2025 do Milho completo, clicando aqui!

FonteCEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS NOVEMBRO/2025

Site: CEPEA

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.