Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.
As cotações da soja nesta semana ficaram estáveis, com poucas oscilações. O fechamento desta quinta-feira (24), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 9,33/bushel, contra US$ 9,31 uma semana antes.
O mercado trabalhou em torno do acordo parcial entre EUA e China durante esta semana. Há uma possibilidade de aumento da demanda chinesa em geral e de soja em particular oriunda dos EUA, na esteira do acordo.
Rumores circularam de que a China poderá importar 10 milhões de toneladas de soja estadunidense sem a aplicação de tarifas. Essa possibilidade segurou os preços da oleaginosa em Chicago nos atuais níveis. Agora, o mercado espera a sacramentação deste acordo parcial por ocasião da reunião dos países membros da APEC (Acordo de Cooperação Econômica ÁsiaPacífico), prevista para meados de novembro no Chile.
Ajudou para isso a perda de força do dólar perante as principais moedas mundiais. Todavia, o bom avanço da colheita de soja estadunidense temperou essas informações mais altistas, ajudando a estabilizar o mercado ao redor dos US$ 9,33/bushel.
Vale ainda destacar que o óleo de soja em Chicago subiu bastante de preço neste mês de outubro. A libra-peso bateu em 31,34 centavos de dólar no dia 24/10, o valor mais alto da mesma desde o final de maio de 2018. Igualmente o farelo de soja ultrapassou definitivamente a barreira dos US$ 300,00/tonelada curta, chegando a US$ 308,60 no dia 23/10, fato que não ocorria desde meados de julho.
Por sua vez, as exportações estadunidenses de soja atingiram a 1,7 milhão de toneladas na semana encerrada em 10/10, com a China liderando as compras ao registrar 850.500 toneladas. O volume total comprado ficou no nível superior esperado pelo mercado. Por outro lado, as inspeções de exportação atingiram a 1,3 milhão de toneladas na semana encerrada em 17/10, superando as expectativas do mercado. No acumulado do ano comercial 2019/20 as inspeções atingem a 6,4 milhões de toneladas, contra 6,0 milhões em igual período do ano anterior.
Quanto à colheita da soja nos EUA, até o dia 20/10 a mesma havia atingido a 46% da área esperada. Apesar do bom impulso semanal, ela continua atrasada já que a média histórica para esta época é de 64% colhido.
E no Brasil os preços estiveram firmes em grande parte da semana graças ao câmbio, porém, com a aprovação da Reforma da Previdência na terça-feira (22), o mesmo cedeu bastante, batendo em R$ 4,03 por dólar nos dias seguintes. Este efeito cambial, se assim continuar, será sentido nos preços da soja brasileira especialmente nesta próxima semana.
Assim, o balcão gaúcho, na média, fechou a semana em R$ 78,86/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 85,00 e R$ 85,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 84,50 e R$ 85,00 no Paraná; R$ 74,00 na região de Sorriso (MT); R$ 77,00 em São Gabriel (MS) e Pedro Afonso (TO); R$ 79,00 em Goiatuba (GO) e Uruçuí (PI); e R$ 86,00/saco em Campos Novos (SC).
Enquanto o plantio brasileiro da nova safra de soja atingia a 20% da área esperada até o dia 18/10, as projeções de produção indicam 125,7 milhões de toneladas em clima normal. Deste total, o Mato Grosso contribuiria com 33,1 milhões; o Paraná com 20 milhões; o Rio Grande do Sul com 19,9 milhões e Goiás com 12,8 milhões de toneladas. Em se confirmando tais volumes, estes quatro principais Estados produtores responderão por 68% da safra nacional de soja em 2019/20.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.