As cotações da soja romperam o teto dos US$ 9,00/bushel durante a semana, atingindo a US$ 9,13 no dia 18/06 para depois fechar em US$ 9,15 na quinta-feira (20).
O motivo principal desta elevação, já iniciada no final da semana anterior, está no clima nos EUA. O retorno das chuvas sobre as regiões produtoras do Meio Oeste fez com que o mercado se preocupasse com a possibilidade de a área com soja não se confirmar, já que a janela ideal de plantio da oleaginosa se encerrou no dia 15/06.
Além disso, o plantio do milho continuou avançando, mesmo fora da janela ideal, encerrada em 31/05, o que reduz o tamanho da área a ser transferida para a soja caso haja condições para tanto.
Neste contexto, pesou o fato de que até o dia 16/06 o plantio da soja tinha atingido a 77% da área esperada, contra 93% na média histórica para esta data. Com isso, se o clima não auxiliar até o final do mês poderá haver redução da área esperada. Diante disso, os fundos especulativos entraram comprando contratos da oleaginosa, elevando as cotações.
Todavia, no final da semana notícias de que o clima seria menos chuvoso nesta última semana levaram o mercado a uma correção técnica, puxando para baixo as cotações.
Por outro lado, surgiu alguma esperança de que o litígio comercial entre EUA e China venha a terminar na medida em que os dois países teriam acertado reuniões para os dias 28 e 29/06, quando do novo encontro do G20 que ocorrerá, desta vez, no Japão.
Por sua vez, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para 2018/19, ficaram em 255.900 toneladas na semana encerrada em 06/06. Este volume foi 44% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para o ano comercial 2019/20 o volume atingiu a 275.200 toneladas, colocando a soma dos dois anos dentro das expectativas do mercado.
Em termos das inspeções de exportação, o volume chegou a 375.302 toneladas na semana encerrada no dia 13/06, ficando bem abaixo do esperado pelo mercado. No acumulado do atual ano comercial o volume chega a 35,6 milhões de toneladas, contra 48,3 milhões em igual momento do ano anterior.
Já no Brasil, a nova elevação de Chicago trouxe para cima os preços da soja, mesmo com um câmbio permanecendo ao redor de R$ 3,85, embora em alguns momentos tenham flertado com o patamar de R$ 3,90. Assim, a média gaúcha no balcão atingiu a R$ 73,56/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 78,00 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram ao redor de R$ 76,00 no Paraná; R$ 64,00 em Sorriso (MT); R$ 68,50 em São Gabriel (MS); R$ 69,00 em Goiatuba (GO); R$ 81,00 em Campos Novos (SC); R$ 70,00 em Pedro Afonso (TO); e R$ 72,00/saco em Uruçuí (PI).
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.