As cotações do milho, em Chicago, que se mantinham relativamente estáveis durante a semana, recuaram fortemente no dia 09/03, fechando em US$ 6,18/bushel, contra US$ 6,37 uma semana antes. Este fechamento é o mais baixo desde meados de agosto passado.

O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 08/03, pouco trouxe de novidades. O mesmo confirmou a safra dos EUA, colhida no final do ano passado, em 348,8 milhões de toneladas, porém, aumentou em quase dois milhões de toneladas os estoques finais estadunidenses, passando os mesmos para 34,1 milhões de toneladas. A produção mundial foi reduzida para 1,147 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais subiram para 296,5 milhões de toneladas. A produção da Argentina foi reduzida para 40 milhões de toneladas, enquanto a brasileira foi mantida em 125 milhões. A produção da Ucrânia ficará em 27 milhões de toneladas, lembrando que no ano anterior, esta produção havia sido de 42,1 milhões.

Por sua vez, os embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 02/03, atingiram a 899.910 toneladas, superando as expectativas do mercado. Em todo o atual ano comercial, até o momento, os embarques somam 15,3 milhões de toneladas, ou seja, 38% abaixo do volume embarcado no mesmo período do ano anterior.

E aqui no Brasil os preços se mantiveram com viés de baixa. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 82,27/saco, enquanto as principais praças do Estado negociaram o produto a R$ 80,00. Já nas demais praças do país, o preço do milho oscilou entre R$ 65,00 e R$ 82,00/saco.

Enquanto isso, na B3, os negócios, na metade do pregão desta quinta-feira (09), para referência, estavam registrando o vencimento março/23 em R$ 86,42/saco; maio/23 em R$ 87,67; julho/23 a R$ 86,95; e setembro/23 em R$ 85,80/saco.

Dito isso, a colheita da safra de verão 2022/23, chegava a 35,4% da área total no Brasil, no dia 03/03. Por Estado, a mesma atingia a 67,2% da área no Rio Grande do Sul, 50,9% em Santa Catarina, 28% no Paraná e 22,4% em São Paulo. Em Goiás, o total colhido chegava a 7,1% e em Minas Gerais a 4,8%. No Mato Grosso do Sul, o índice chegava a 3,2%, enquanto no Mato Grosso o total colhido era de 4%. No mesmo período do ano passado, a colheita atingia a 44,8% da área estimada. A média histórica de colheita, para o período, é de 33,5%. (cf. Safras & Mercado)

Quanto à segunda safra nacional de milho, há preocupações pois cerca de 37% das lavouras serão semeadas fora da janela ideal de chuvas. (Cf. Pátria AgroNegócios)

Especificamente no Mato Grosso do Sul, o plantio da safrinha atingia a 28,1% da área, segundo a Famasul. O mesmo está 33,5 pontos percentuais atrasado em relação a média histórica. Para esta nova temporada, estima-se uma área total plantada de 2,32 milhões de hectares, ou seja, 5,4% a mais do que em 2022, uma produtividade média estimada de 80,3 sacos por hectare, totalizando uma produção projetada de 11,2 milhões de toneladas, o que seria 12,3% menor do que o atingindo no ciclo passado.

E no Mato Grosso, a produção do milho safrinha está mantida em 46,4 milhões de toneladas, sendo que 80% da área teria sido semeada dentro da janela ideal de clima. (cf. Imea)

Já no Paraná, conforme o Deral, o plantio da segunda safra atingia a 37% no final da semana anterior. O total cultivado fica atrás do registrado na mesma época, em 2022 (69%), 2021 (43%) e 2020 (72%). Portanto, nos últimos quatro anos, atualmente o Paraná está diante do plantio mais lento.

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater local, até o dia 02/03 a colheita do milho de verão atingia a 57% da área, contra 50% na média histórica. O órgão público gaúcho anunciou, durante a semana, que a estiagem deste verão resultou em uma quebra de 41% da safra de milho, em relação ao esperado, levando a produção final a ficar, agora, estimada em 3,6 milhões de toneladas. Já para a soja, a quebra, até este momento, seria de 31% sobre o estimado inicialmente, com a produção final alcançando 14,2 milhões de toneladas.

Enfim, segundo a União Nacional do Etanol do Milho (Unem) estima-se que o Brasil produzirá 6 bilhões de litros de etanol de milho em 2023/24, o que representará cerca de 19% de todo o etanol consumido no Brasil. O crescimento na produção, em relação ao ciclo atual, é de 36,7%. Serão 21 indústrias autorizadas a produzir este etanol no Brasil em 2023/24.

Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.