Fatores de alta
- Possível acordo comercial com a China;
- Nevascas no norte dos EUA.
Fatores de baixa
- Informe mensal do USDA:
O mercado foi apoiado por preocupações sobre uma tempestade de neve no norte dos EUA, pois vai atrasar a colheita que já está abaixo do normal. E a tempestade veio e estendeu para além do Cinturão de Milho do que alguns esperavam e parou a colheita em algumas áreas. Mas, as previsões mostraram tempo melhor nesta semana.
Além disso, as expectativas de que as negociações comerciais EUA-China terminaram em um acordo comercial parcial envolvendo a venda de produtos agrícolas dos EUA também forneceram sustento. Naturalmente, a incerteza sobre a assinatura do mesmo pôs panos frios nas expectativas.
O grande golpe descendente foi desferido pelo Departamento de Agricultura dos EUA-USDA, aumentando sua estimativa de rendimentos de milho dos EUA, resultando em estoques finais mais elevados do que o esperado pelo mercado. Isso gerou a queda profunda que podemos ver no gráfico de Chicago abaixo. Tudo permanece incerto, devido ao número final de produção e pela assinatura do acordo com a China. O habitual.
Nossa recomendação, então, é cobrir-se nos mercados futuros para a fixação de preços e no mercado externo para a fixação de prêmios. No Brasil, a exportação continua enxugando estoques, fazendo prever a possibilidade de faltar matéria-prima a partir de janeiro próximo para os grandes compradores da indústria de carnes e outros, como as indústrias de etanol. Este é principal motivo da atual alta dos preços e da atenção do mercado: a evolução da exportação brasileira de milho.
B3: Milho em São Paulo acompanha queda em Chicago
As cotações do milho no mercado futuro de São Paulo fecharam em queda, na última sexta-feira, seguindo Chicago. O contrato de novembro fechou em queda de 0,21%; janeiro em queda de 0,34%; março em queda de 0,48%; maio também em alta de 0,60%, julho em queda de 0,69% e setembro em queda de 0,70%.
O mercado futuro de SP, mais sensível que o mercado físico, continua precificando a possibilidade de aperto no fornecimento do produto a partir do final do ano e a alta do dólar (que estimula as exportações, que enxuga os estoques). Nossas recomendações continuam as seguintes:
PARA HEDGERS: Se você é comprador de milho, nossa recomendação é a de permanecer comprado para os meses de julho a setembro de 2020 na B3, que, se as previsões forem confirmadas, tenderão a continuar subindo.
PARA INVESTIDORES: Os ganhos de outubro no mercado futuro de milho de SP subiram com força na última sexta-feira, significativos 2,11% para 11,21% no acumulado do mês, o que representa quase duas vezes a taxa SELIC anualizada.
CHICAGO: Exportações de milho estão muito abaixo do ano anterior
O contrato de dezembro de milho fechou em queda de 3,75 cents/bushel nesta sexta-feira, a $ 391,00, contra 394,75 do dia anterior. O mercado superestimou as exportações semanais de milho. O relatório do USDA, emitido nesta sexta, indicou que, na semana terminada em 10/10, o milho registrou exportações de 368.756 MT. Isso representa um aumento de 29,6% em relação à semana anterior.
As exportações ainda estão muito atrasadas em relação ao mesmo período do ano anterior, quando haviam atingido 2.637 MMT, ou seja, 63,75% inferior. O relatório semanal da EIA-Ethanol Industry Association também mostrou um aumento na produção diária de etanol em outros 8.000 barris por dia, totalizando 971.000 bpd produzidos na semana que terminou em 11/10.
Isso implica em mais consumo de milho. Os dados dos estoques de etanol, na última quinta, também apresentaram alta, subindo de 817.000 barris para 22.061 milhões de barris.
Fonte: T&F Agroeconômica