Embora a “aplicação zero” seja muito difundida no manejo de doenças da cultura da soja, em algumas situações ela pode ser considerada uma ferramenta de manejo necessária em outras culturas agrícolas como o trigo. A aplicação zero de fungicidas é realizada anteriormente a primeira aplicação (aplicação verdadeira) definida no manejo fitossanitário da cultura.
Embora muitas vezes o posicionamento de fungicidas em culturas agrícolas baseie-se na aplicação antecipada ao desenvolvimento das doenças atuando de forma preventiva e havendo um planejamento para a cultura, em algumas situações, a elevada pressão de inóculo de doenças e condições ambientais adequadas ao desenvolvimento fúngico tornam necessárias medidas de manejo além das pré estabelecidas no cronograma de manejo da cultura.
Conforme destacado pelo professor e pesquisador Marcelo Madalosso, em virtude da elevada pressão de inóculo na cultura do trigo na safra 2022, especialmente em áreas de trigo sobre trigo, tem-se observado o desenvolvimento precoce de doenças fungicas no trigo, especialmente manchas foliares, ainda nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura.
Levando em consideração que o manejo de doenças na cultura contemple o uso de fungicidas com maior espectro de ação e maior custo, Madalosso destaca que talvez a antecipação da primeira aplicação (verdadeira) de fungicidas não seja a melhor alternativa de manejo, principalmente pela baixa área foliar da cultura. Uma das estratégias é a realização da aplicação zero, a qual em algumas situações pode ser realiza inclusive em conjunto com a aplicação de herbicidas, utilizando fungicidas com significativa eficiência no controle de manchas foliares.
Logo, em lavouras com elevada pressão de inóculo, especialmente em áreas onde não se respeitou a rotação de culturas, a aplicação zero em trigo pode ser uma interessante ferramenta de manejo para o controle de manchas foliares ainda no início do desenvolvimento da cultura.
Confira abaixo as dicas do professor e pesquisador Marcelo Madalosso.