85% da região central terminou a primavera com 50% menos chuvas do que a média histórica para a estação. Nesse contexto, o rendimento potencial da soja cairia em até 50% e as perdas poderiam chegar a 700 U$/ha.

Primavera de 2022: a mais seca dos últimos 35 anos 

A precipitação nesta primavera ficou bem abaixo das médias históricas (300 a 350 mm). 85% da região do núcleo encerrou a primavera com valores acumulados abaixo de 150 mm, ou seja, com menos da metade do que costuma chover nessa estação.

No ano passado, a maior parte da região também caiu abaixo das médias históricas. Neste 2022 o panorama é ainda mais crítico, já que pelo  Isto explica as enormes dificuldades que o desenvolvimento da safra 2022/23 está a apresentar.

Como está a soja nobre na região do núcleo? “Se chovesse hoje, poderíamos sonhar com 2.000 ou 2.500 kg/ha”

“O estado da soja de primeira época em Colón, Wheelwright e arredores é muito ruim. Metade do retorno potencial foi perdido, com riscos de perder tudo. Rumo a Pergamino melhora muito”, explicam os conselheiros e acrescentam que de Pergamino a leste choveu em média 20 mm, mas a oeste a chuva foi zero. Em Ferré preveem um ano difícil: “se continuar a secar, pode perder-se grande parte do volume. Se as chuvas voltarem ao normal, podemos aspirar a 3.500 kg/ha/ha para soja. No entanto, podemos não cobrir os custos. Em San Pedro e Baradero, onde se atrasaram muito no plantio, estão contra o relógio tentando cobrir os 50% de soja de primeira época que restaram para serem implantados e toda a segunda época, aproveitando os milímetros que receberam no último fim de semana ( entre 20 e 80mm).

No entanto, alertam que já começam com uma queda de produtividade de pelo menos 20% em relação ao potencial zonal, apenas pelo atraso na data de plantio.

Queda de até 50% na expectativa de produtividade da soja de 1º época e perdas que podem chegar a 700 U$/ha

Com 60% da soja de primeira época em condições de regular a ruim, uma estiagem que continua afetando quase 100% da área e lotes que estão sendo plantados no final do ano, bem fora da data ideal, a pergunta que se coloca é o que rendimentos a que esta campanha pode aspirar. Normalmente, o horizonte produtivo traçado pelo produtor da zona núcleo é geralmente entre 4.000 a 5.000 kg/ha. No entanto, hoje condultores e produtores relatam quedas nas expectativas de rendimento entre 20% e 50% e alertam que podem cair mais dependendo de como ocorrerem as chuvas.

Considerando esse colapso nas expectativas de produtividade, foram delineados três possíveis cenários de produção de 3.500 kg/ha, 2.500 kg/ha e 1.500 kg/ha, sendo o primeiro um cenário extremamente otimista. Os cálculos mostram margens negativas para as três produtividades na condição de lavoura arrendada (situação em que são produzidos 70% da soja da região).

Em área de arrendamento, é necessário colher pelo menos 3.800 kg/ha de soja para começar a ter lucratividade. As perdas chegam a 97 u$s/ha se o rendimento obtido for de 3.500 kg/ha; mas se cair para 2.500 kg/ha ou 1.500 kg/ha, devemos esperar quedas nas margens líquidas de 422 u$s/ha e 747 u$s/ha, respectivamente.

Na própria lavoura, os resultados são positivos para as produtividades de 3.500 e 2.500 kg/ha, mas não para a de 1.500 kg/ha, pois a produtividade de equilíbrio está em torno de 1.600 kg/ha.

Fonte: Adaptado da Bolsa de Comércio de Rosário – Argentina

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