Estado de resistência a herbicidas
Buva ( Conyza spp .) Tem resistência a múltiplos locais de ação herbicida no mundo. Na Argentina apresenta biótipos resistentes ao glifosato e atualmente também existe suspeita de resistência aos inibidores da ALS em algumas áreas.
Curvas de dinâmica de emergência das plantas de Buva
Conhecer os momentos em que nascem as ervas daninhas é a chave para planejar uma estratégia de gestão. Em termos gerais, a buva apresenta uma emergência prolongada, com um pico acentuado no outono e outro de menor magnitude, mas também considerável, na primavera (Figura 1).
Figura 1: Dinâmica de emergência da Buva
Naturalmente, isso varia de ano para ano, dependendo da região, safra anterior, nível de cobertura, etc., portanto, o monitoramento continua a ser a prática indiscutível do gerenciamento de lote para lote.
Gestão dos Cultivos
A buva é muito sensível ao enterro de sua semente a poucos centímetros do solo (1-2cm). É muito sensível à sombra, por isso sua emergência e crescimento subsequente são fortemente afetados por uma safra de inverno, ou por plantas de cobertura, com bom desenvolvimento.
Aplicação de herbicidas químicos
Podemos distinguir dois momentos claros para o controle dessas espécies, o pousio e dentro das culturas. Em termos gerais, a Buva é um problema maior nas culturas de verão do que para as culturas de inverno.
Áreas de Pousio
Para Buva, as opções residuais mais eficazes são sulfonilureias (metsulfuron, clorimuron, metsulfuron + clorsulfuron, clorimuron + sulfometuron, etc.) e diclosulam. No entanto, controles satisfatórios com triazinas e flumioxazina também são alcançados, uma vez que estes são sítios de ação diferentes uns dos outros. Também poderia ser adicionado ao diflufenican, com relativo controle.
Para controlar plantas de buva já existe uma gama de possíveis combinações conforme seu tamanho, começando com a mistura de base de glifosato + auxínicos, em seguida, adicionando um produto Inibidor da Protox, em seguida, um ALS e chegando, finalmente, para a técnica de aplicações sequenciais, a medida que seu tamanho aumenta.
Ao mesmo tempo, a qualidade da aplicação também é mais importante, exigindo um a melhor cobertura de gotas, o que é conseguido com um tamanho de gota adequado e a adição de adjuvantes que protegem essas gotas e aumentam a penetração na cutícula da folha
Quando no pousio se deseja controlar buva e azevém, surge como opção adicionar graminicidas com herbicidas auxínicos. Se as plantas forem pequenas, nenhum antagonismo será observado, mas se elas forem maiores, veremos um desempenho menor do que o esperado no controle do azevém. As opções são: separar as aplicações, aumentar a dose de graminicida ou usar auxínicos com menor antagonismo, como fluroxipir, clopiralide ou picloram, sendo os que apresentam maior incompatibilidade o 2,4D e o dicamba.
Pós emergentes
Com a buva, no inverno, em pós emergência do trigo por exemplo, as opções também são escassas: você pode optar pela mistura de auxínicos com sulfonilureias.
Se o objetivo é controlar tanto Buva como azevém, iodosulfuron + metsulfuron tem o controle de ambos, enquanto o pinoxadem devem ser misturados auxínicos, gerando algum antagonismo que as forças de aumentar a sua dose.
Foto: Esquerda – Buva de Inverno, e Direita – Buva de Primavera
Recomendações Especiais contidas no alerta Amarelo de Buva para Herbicidas ALS
Existe um histórico de resistência em Conyza spp. para este mecanismo de ação, como o Brasil e o Uruguai. Em levantamentos, Conyza Sumatrensis apresenta biótipos resistentes fotossistema I (paraquat), EPSPS (glifosato), fotossistema II (Diuron), PPO (saflufenacil) e auxina sintética (2,4-D), o que significa que a situação pode ficar ainda pior na Argentina.
Herbicidas ALS são os mais utilizados no controle de buva devido à sua alta eficácia de controle e um custo baixo, quando comparado as demais opções. Dentro deste grupo mencionamos: metsulfuron, chlorimuron, diclosulam, metsulfuron + clorsulfuron, clorimuron + sulfometuron, outros.
Até agora, pesquisadores estão fazendo os estudos correspondentes para confirmar a resistência e o que observaram são escapes em produtos que até agora vinham tendo bom desempenho, não configurando ainda em resistência.
Embora ainda existam ferramentas químicas para controlá-los, a perda de herbicidas que inibem a ALS significaria uma grande mudança na maneira usual como essa erva daninha é tratada. As culturas de serviços (ou cobertura), especialmente as gramíneas, são grandes aliadas para essa tarefa, uma vez que elas a suprimem acentuadamente a germinação de novas plantas.
Fonte: Aapresid