Uma equipe de pesquisadores do INTA, descobriram que a inoculação foliar combinado com diferentes espécies de bactérias, melhorou o conteúdo de nitrogênio das plantas. Resultados preliminares aplicados em soja mostraram que aumenta a quantidade de proteína e o peso dos grãos.

Na década de 1950, os instrumentos de biologia molecular determinaram que um grama de solo pode conter até 100 milhões de bactérias e, por sua vez, cerca de 200 mil fungos. Nesta grande diversidade de microrganismos, há alguns que são neutros, outros têm efeitos benéficos nas culturas, enquanto outros são patogênicos e causam doenças.

Em linha com a necessidade geral de aumentar a produtividade dos sistemas de produção, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Microbiologia e Zoologia Agrícola – INTA enfoca o estudo de microrganismos do solo capazes de aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Contam com uma coleção de bactérias promotoras de crescimento vegetal (PGPR), obtidos em diferentes áreas geográficas do país, entre os quais se encontram os gêneros de rizóbios Azospirillum , Pseudomonas e Azotobacter.

No Laboratório de Bactérias Promotoras do Crescimento Vegetal do INTA, Mariana Puente estuda os efeitos da inoculação combinada de diferentes espécies de bactérias selecionadas na planta. A aplicação desta inovadora técnica em soja mostrou que aumenta a quantidade de proteína, peso e nitrogênio dos grãos.

“A maneira convencional para realizar a técnica de co-inoculação é aplicar as bactérias selecionadas diretamente sobre as sementes. No entanto, a aplicação desta técnica pode dar resultados variáveis ​​e heterogêneos” disse Puente que disse que “a inoculação foliar é uma tecnologia inovadora que permitiria uma menor dependência das condições gerais do meio ambiente e uma consistência potencial nos resultados.”



Azospirillum spp. e Bradyrhizobium spp. são dois dos gêneros mais estudados de rizobactérias que promovem o crescimento das plantas. O efeito positivo da inoculação combinada destas bactérias tem sido relatado em várias pesquisas, porque seus efeitos nas plantas são sinergizados, melhorando significativamente o crescimento e desenvolvimento de numerosas espécies de plantas de interesse agrícola.

“O nosso objectivo foi a comparar a técnica de inoculação convencional com Bradyrhizobium (semente), com diferentes técnicas de co-inoculação que combinam com tratamentos das sementes e foliar (em folhas)”, afirma Puente, que em um ensaio realizado em estufas e em condições semicontrolada, a co-inoculação com Azospirillum foliar melhorou a concentração de clorofila e o teor de nitrogênio e potássio.

Esta proposta tecnológica inovadora representa uma mudança de paradigma, porque reafirma a dinâmica das inoculações – sobretudo nas sementes -. Na verdade, um estudo conduzido em conjunto com o laboratório de Fisiologia e Plant-Microbe Interactions Universidade Federal do Rio Cuarto -Córdoba- permitido para descrever o papel das auxinas – fito-hormônios  reguladoras do crescimento vegetal em nodulação e a sua relação com o desenvolvimento de raízes laterais.

As auxinas, grupo de fito-hormônios que regulam o crescimento de células e tecidos, ativam a taxa de crescimento de plantas, especialmente na parte superior, e o desenvolvimento de brotos e raízes laterais, folhas, flores e frutos.

“No nosso caso, as auxinas aumentaram a probabilidade de interação entre a planta e o rizóbio. Os resultados obtidos permitem-nos a especular sobre uma possível resposta de modelo biológico para co-inoculacao foliar de soja com estirpes Azospirillum brasilense que favorecem o desenvolvimento de auxina,” disse o pesquisador do INTA.

Fonte: INTA – Imagem de microscópio eletrônico de varredura (MEV) em que se observa a presença de bactérias nos tecidos internos das folhas de plantas de soja.

De acordo com estudos, a pesquisadora notou que a dose ótima de inoculação foliar para uma resposta positiva é gerado com Azospirillum, foi de 1∙109 ufc∙mL-1, ou seja, 9 Bilhões de unidades formadoras de colonias por mililitro de inoculante; enquanto com Bradyrhizobium, foi 1∙106 ufc∙mL-1, ou 6 milhões de unidades aplicadas à semente.

Estes resultados podem ser comparados com testes de campo. Assim, mostraram que a co-inoculação foliar de soja apresentou melhor desempenho em relação à inoculação convencional de sementes com ambos os microrganismos. “A aplicação de Azospirillum na forma foliar melhorou a nodulação e também afetou positivamente os grãos, porque aumentou o teor de nitrogênio, proteína e peso”, disse Puente.

A fazenda experimental integrada Barrow – Buenos Aires, relatou que a aplicação foliar de Azospirillum soja geraram aumentos de 428 kg por hectare em comparação com a inoculação única Bradyrhizobium , enquanto semente co-inoculação foi de 63 kg por hectare.

Também ensaios conduzidos na Agência Extensão Rural Bolívar mostraram resultados similares, onde a soja renderam 981 Kg/Ha de aplicação foliar de mais Azospirillum sobre o tratamento unicamente Bradyrhizobium e gerado um aumento de 1059 kg por hectare em comparação com o co-inoculação em semente.



Uma contribuição para a sustentabilidade

Devido à grande diversidade e funções que possuem, os microrganismos desempenham um papel fundamental na sustentabilidade dos sistemas de produção. De fato, os benefícios não só aumentam o crescimento e a produtividade das plantas, mas também são usados ​​no controle biológico ou na reabilitação de solos, entre outras funções.

Com o foco nas rizobacterias apresentado como instrumentos essenciais para a produção de plantas, o Laboratório de crescimento da planta bacteriana Promotores INTA em conjunto com a Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade de Lomas de Zamora organizou a Microbiologia VI Bonaerenses Dias Solos para uma agricultura sustentável (JOBMAS).

A cada dois anos, os seminários de microbiologia reúnem a comunidade científica para promover, disseminar e socializar os avanços tecnológicos em diferentes áreas da disciplina. “Essa troca de conhecimento é essencial para implementar uma produção sustentável em termos econômicos e ambientais, reduzindo assim a pegada ecológica gerada por esse setor”, analisou o pesquisador do INTA.

25 e 26 de Abril, pesquisadores e especialistas no assunto de biofertilizantes, bioestimulantes, biocontrole e biorremediação pertencentes a INTA, CONICET, Senasa, Comité Consultivo Bioinsumos Agrícola Uso (Cabua), inoculantes de Controle de Qualidade de Rede (REDCAI) O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e as diferentes universidades nacionais apresentarão o progresso da pesquisa.

Fonte: INTA – Informa

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