Os preços do arroz em casca, que estão em alta desde julho/19, atingiram, nessa quarta-feira, 29, o maior patamar nominal da série do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciada em julho de 2005. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, fechou ontem a R$ 51,26/saca de 50 kg, elevação de 6,7% no acumulado de janeiro (de 30 de dezembro de 2019 a 29 de janeiro de 2020). O maior valor nominal até então, de R$ 50,88/sc, havia sido verificado no início de agosto de 2016.
Segundo pesquisadores do Cepea, apesar da proximidade da colheita da nova safra 2019/20, produtores têm se mantido firmes em seus preços para comercialização de arroz em casca, fundamentados no pouco volume disponível para ser negociado e no alto custo do cereal produzido no estado sul-rio-grandense. Quanto às indústrias, o cenário é de demanda firme, inclusive por parte de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Apesar disso, a disparidade de preços permanece grande.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ano-safra 2018/19 deve terminar com o segundo menor estoque de passagem da história, em fev/20, a 521,2 mil toneladas. Para a safra em andamento, 2019/20, a disponibilidade interna deve ser a menor desde a temporada 1984/85, totalizando 12,1 milhões de toneladas. Neste cenário, os estoques de passagem em fev/21 devem ficar ainda menores, para 437,8 mil toneladas.
Especificamente no Rio Grande do Sul, o volume a ser colhido na 2019/20 está estimado em 7,39 milhões de toneladas de arroz em casca, queda de 0,1% frente à safra anterior, com retração de 5% na área semeada, mas ganho de 5,2% na produtividade. No Tocantins, a produção poderá cair 1,25%, para 616,1 mil toneladas, reflexo da menor produtividade (-2,2%), mesmo com área 1% maior. Em Mato Grosso, a produção está prevista em 492,5 mil toneladas, alta de 27%, com aumentos na área (+25%) e na produtividade (+1,6%), de acordo com a Conab.
Fonte: CEPEA