O período de condições climáticas mais secas foi excelente para as lavouras tanto em fase de enchimento de grãos quanto em maturação e colheita. As chuvas, registradas no período, foram localizadas e, em geral, de baixa intensidade, exercendo pouco impacto sobre a cultura.
A colheita das áreas afetadas pelo acamamento, causado por ventos fortes no período anterior, foi facilitada. No entanto, foi necessário o operador de máquinas colhedoras redobrar a atenção ao ajustar a altura das plataformas de corte para evitar a perda de panículas das plantas tombadas.
Em algumas localidades das Regiões Sul e Campanha, os rizicultores enfrentaram perdas e atrasos em razão dos vários dias sem energia elétrica, após o temporal, ocorrido em 21/03. A energia é essencial para a secagem e armazenagem do arroz. Essa situação resultou na interrupção dessas atividades até 02/04, causando prejuízos na qualidade do produto, pois as cargas tiveram que ficar paradas, aguardando a realização dessas operações.
A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade está estimada em 8.325 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Uruguaiana, município com a maior área plantada no Estado, 50% das lavouras foram colhidas. Em São Gabriel, essa proporção é de 35%. Embora a extensão de lavouras que sofreram acamamento pelos ventos fortes não tenha sido muito significativa, observou-se maior sensibilidade da cultivar Pampa. Em áreas cultivadas com esse material, os produtores estão antecipando a colheita para evitar maiores perdas, cientes de que poderão ser penalizados com descontos em decorrência da elevada umidade dos grãos.
Em Santa Margarida do Sul, a colheita está em fase inicial, alcançando cerca de 10% da área cultivada. Os produtores de arroz orgânico, em uma área de aproximadamente 40 hectares, no município, têm boas expectativas quanto ao potencial das lavouras. As chuvas do período anterior causaram transtornos, como o acamamento de plantas e a formação de lâmina de água, tornando o processo de colheita e o manejo da resteva mais onerosos.
Na Campanha, a colheita está mais avançada em Dom Pedrito, atingindo 52% da área cultivada. De modo geral, o padrão de qualidade dos grãos permanece bom, apesar de as produtividades estarem ligeiramente abaixo da expectativa inicial em função dos eventos climáticos adversos, durante a fase vegetativa e de floração das lavouras.
Na de Pelotas, as atividades de colheita do arroz estão em pleno andamento, beneficiadas pela continuidade de temperaturas elevadas e pela ausência de chuvas. Os produtores prosseguem as operações de drenagem para garantir a acessibilidade das máquinas durante a colheita e o transporte do produto colhido. As plantas apresentam bom desenvolvimento, e a maioria das áreas estão maduras e prontas para a colheita, correspondendo a 62% do total. Em enchimento de grãos são 6%, e foram colhidos 32%. As expectativas de produtividade estão alinhadas às estimativas iniciais. Em Rio Grande, as produtividades alcançam até 10.079 kg/ha. Após a colheita, muitos produtores iniciaram as atividades de preparo para a próxima safra, como a incorporação dos restos culturais com o rolo faca e a sistematização dos talhões.
Na de Santa Maria, cerca de 5% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos, 45% em maturação, e 50% foram colhidas. Os produtores estão bastante satisfeitos com o desempenho das lavouras, e a expectativa atual de rendimento médio é superior a 8.000 kg/ha. Em São João do Polêsine, onde 50% da área foi colhida, a produtividade varia entre 9.000 e 10.000 kg/ha. Em São Vicente do Sul, aproximadamente 60% da área foi colhida, e a produtividade média é de 9.000 kg/ha.
Na de Santa Rosa, os produtores devem retomar as atividades de colheita das lavouras mais tardias nos próximos dias. A condição de temperaturas elevadas e de alta insolação, durante o desenvolvimento da cultura, deve favorecer o rendimento das lavouras, mesmo que tenham sido implantadas fora da época preferencial de cultivo.
Comercialização (saca de 50 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizados pela Emater/RS-Ascar, no Estado, a saca de arroz apresentou redução de 0,79%, passando de R$ 99,36 para R$ 98,58.
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Fonte: Emater/RS