As lavouras em geral apresentam bom desenvolvimento, mas a restrição hídrica aponta para a diminuição da produtividade da cultura. Os produtores estão preocupados e aguardam a ocorrência de chuvas adequadas. As fases da lavoura são as seguintes: 12% na fase de desenvolvimento vegetativo, 32% em floração, 51% na fase de enchimento de grãos e em 5% das lavouras a cultura está madura e por colher.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que corresponde a 16,3% da área com soja do RS, 18% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 25% em floração, 52% em enchimento de grãos e 5% na fase de maturação. De forma geral, o desenvolvimento da cultura foi moderado no período, mas com ritmos diferentes conforme a ocorrência das chuvas e o teor de umidade no solo.

Nas áreas onde as precipitações atingiram volumes adequados, as perspectivas de produtividade são normais; mas nos locais onde as precipitações foram em menor volume, a soja apresenta sintomas de déficit hídrico e já estão consolidadas perdas em relação à estimativa inicial.

O clima seco proporciona aumento da incidência de ácaros e tripes. Em alguns municípios da região, os técnicos da Emater/RS-Ascar também têm observado o aumento da incidência de lagartas. São baixos os sintomas de infecção por doenças; mesmo assim, os produtores dão continuidade aos tratamentos fitossanitários.

Na região de Santa Rosa, onde há 11,8% da área de soja do Estado, 11% das lavouras implantadas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 43% em floração, 45% em enchimento de grãos e 1% das áreas em maturação. No geral, e embora as lavouras apresentem boas condições de desenvolvimento, os produtores estão preocupados porque na semana choveu pouco e o calor foi intenso, com alta evapotranspiração e redução da umidade do solo.

A maioria das lavouras encontra-se em floração e enchimento de grão, fases que necessitam de boa umidade no solo e temperaturas adequadas. Nas áreas implantadas em final de setembro e outubro com cultivares de ciclo precoce, assim como outras lavouras semeadas em solos rasos, o rendimento ficou prejudicado de forma irreversível, pois estavam nas fases de floração e enchimento de grãos no período de déficit hídrico e temperaturas elevadas, ocorridas em dezembro e início de janeiro.

Já as lavouras semeadas em novembro apresentam bom aspecto, recuperando o potencial produtivo inicial com as chuvas ocorridas a partir da segunda quinzena de janeiro. De forma geral, as lavouras estão com boa sanidade, mas exigem a realização do controle de tripes, percevejos e doenças; os produtores incluem inseticida na calda de pulverização junto ao fungicida usado para controle da ferrugem, e a maioria deles já realizou a segunda aplicação.

De outra forma, nas lavouras acompanhadas pelos técnicos da Emater/RS-Ascar onde a presença de inóculos de ferrugem foi monitorada através do manejo integrado de doenças e pragas, foi realizada apenas uma aplicação de fungicida até o momento, e provavelmente as lavouras passarão todo o ciclo com apenas duas aplicações, promovendo economia equivalente a três sacos de soja por hectare.

Na de Santa Maria, com 16,7% da área de soja do Estado, 30% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 37% em floração, 29% em enchimento de grãos e 4% em maturação. Muitas lavouras estão desuniformes e apresentam baixo estande de plantas devido aos problemas de germinação decorrentes da estiagem. Em função disso, já há uma redução no potencial produtivo das lavouras. Será determinante para a produtividade da cultura a ocorrência de chuvas adequadas no próximo período, para não haver perdas maiores ainda.



Na de Pelotas, que conta com 6,8% da área de soja do Estado, a cultura está na fase de desenvolvimento vegetativo em 8% das lavouras, em outras 54% a fase é de floração e outras 38% estão em enchimento de grãos. As chuvas que ocorreram no período foram esparsas, localizadas e com volumes bastante variados nos municípios da região e, em geral, não atenderam as necessidades da cultura.

Já há perdas de produtividade em relação à prevista inicialmente, mas ainda há possibilidade de as lavouras atingirem produção razoável. As perdas são maiores em alguns municípios, como em Capão do Leão. O manejo da cultura segue com a aplicação de inseticidas para controle de lagartas, principalmente com o uso dos inseticidas denominados fisiológicos; também é realizada a aplicação de fungicidas para o controle preventivo das doenças. A incidência da ferrugem asiática ainda não foi detectada na região. O monitoramento é realizado através do coletor de esporos instalado em Capão do Leão e com informações dos municípios.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, que corresponde a 13,1% da área de soja no Estado, de forma geral as precipitações não foram significativas na semana, e a cultura começa a sentir os efeitos do déficit hídrico, com desenvolvimento diferenciado nos diversos municípios.

Em São Borja, as lavouras apresentam bom desenvolvimento vegetativo, mas a situação começa a ficar crítica pela falta de umidade no solo, principalmente nas áreas que estão em enchimento de grão; caso não ocorram precipitações durante a próxima semana, haverá perdas significativas. Os produtores fazem controle de ácaros e tripes; a maioria aplica os inseticidas junto com a aplicação preventiva de fungicida, embora não haja o aparecimento de doenças; o coletor instalado no município não indicou a presença de esporos da ferrugem asiática.

Em São Gabriel, faltam chuvas e volta a preocupação com a produtividade das lavouras. As plantas apresentam porte abaixo do esperado, e as lavouras emergidas recentemente apresentam falhas; estima-se que o replantio tenha sido realizado em cerca de 10% da área. A maioria das lavouras enfrenta ataque de lagartas. Em Rosário do Sul, a falta de chuvas associada às altas temperaturas ocasiona estresse hídrico, e as plantas apresentam abortamento de flores, vagens e secamento das folhas basais, apontando para o comprometimento da produtividade.

Em Manoel Viana, estimam-se perdas na produção, que aumentarão se não chover nessa semana, principalmente nas áreas mais arenosas nas quais há ocorrência de mortalidade em “manchas” de lavouras. Em Hulha Negra, a falta de chuvas na semana afetou negativamente as lavouras, principalmente as implantadas com cultivares de ciclo precoce que estão na fase de enchimento de grãos, observando-se grande perda de folhas, vagens e amarelecimento das plantas até o terço superior. Já as lavouras de ciclo médio, que estão em fase de floração e em início de enchimento dos grãos, têm maior capacidade de recuperação se chover nos próximos dias.

As lavouras que apresentam melhor resistência das plantas ao estresse hídrico e térmico são aquelas implantadas em áreas de plantio direto, com boa quantidade de palhada. Em relação à fitossanidade, são realizadas aplicações de inseticidas e fungicidas somente em dias oportunos, de forma a evitar dias muito quentes e com ventos fortes. Alguns produtores realizam aplicações de fungicidas nas lavouras em estágio de desenvolvimento mais adiantado. A incidência de lagartas é reduzida, mas aumenta a presença de percevejos; o clima seco também favorece a ocorrência de ácaros e tripes.

Na de Passo Fundo, onde a cultura representa 11% da área do Estado, 40% das lavouras encontram-se em florescimento e 60% em enchimento de grãos. A redução das precipitações dos últimos meses prejudicou o desenvolvimento da cultura, com pequena perda de produtividade; as perdas maiores ocorrem em Camargo, Casca, Ernestina, Nova Alvorada e São Domingos do Sul. A ocorrência de pragas é limitada até o momento; há incidência de lagartas, mas abaixo dos níveis de controle; relata-se também a ocorrência de percevejos. Os produtores realizam aplicação de fungicidas para o controle de doenças.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, a área de soja corresponde a 7,3% dos cultivos no Estado, e as fases da cultura são as seguintes: 7% em desenvolvimento vegetativo, 33% em floração e 60% em enchimento de grãos. O aspecto geral das lavouras é bom; apresentam boa recuperação, tanto em altura como em número de ramificações laterais, o que compensa em parte as falhas de plantio ocorridas na época da semeadura por falta de umidade do solo.

Entretanto, algumas lavouras apresentam folhas enroladas devido ao estresse hídrico ocorrido na semana, quando o teor de umidade do solo caiu em função de baixa precipitação, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. Sofrem especialmente aquelas lavouras implantadas com baixo uso de tecnologia e estabelecidas sobre áreas pedregosas ou com grau maior de compactação.

O clima na semana não favoreceu o aparecimento de doenças, mas os tratamentos fúngicos são realizados de forma preventiva e com intervalos regulares de aplicação. Em relação às pragas, registrou-se pontualmente a presença das lagartas Spodoptera, da falsa medideira e da lagarta-elasmo; também foram constatadas baixas infestações de percevejos e, de forma mais geral, de ácaros e tripes, que vêm sendo monitoradas e controladas com aplicações de inseticidas.



Na de Frederico Westphalen, onde a cultura representa 7% da área de soja implantada no Estado, as lavouras se encontram nas seguintes fases: 10% em desenvolvimento vegetativo, 28% em floração, 49% em enchimento de grãos, 11% em maturação e 2% das lavouras já foram colhidas. Conforme avança o ciclo da cultura, observa-se que as precipitações não têm respondido à demanda hídrica; isso ocorre de forma mais acentuada nas lavouras semeadas em final de outubro e início de novembro, que estão em formação dos grãos.

Já há redução no potencial produtivo, e as perdas tendem a aumentar nos próximos dias se não houver volume adequado de chuvas. Em algumas áreas colhidas, a produtividade variou entre 2.500 e três mil quilos por hectare. Os produtores continuam com o controle de doenças fúngicas e de pragas, com dificuldades para a realização das pulverizações em decorrência das temperaturas elevadas, da baixa umidade do ar e devido às condições de estresse hídrico das plantas. Muitas áreas de baixo potencial produtivo estão com alta incidência de ferrugem asiática.

Na de Erechim, com 4% da área da cultura no Estado, 10% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 54% em floração, 35% em enchimento de grãos e já foi colhido 1% da soja. O aspecto geral das lavouras é muito bom; porém, em função do baixo volume de precipitações, há redução no número de vagens nas variedades precoces e também no número de grãos por vagem, bem como no peso dos grãos.

As perdas nestas lavouras são significativas, mas estas áreas representam menos de 10% da área total cultivada na região. Para as cultivares de ciclo normal e tardias, a falta de umidade está provocando o abortamento de vagens, e a produtividade poderá ficar comprometida caso não ocorra chuva nos próximos dias. Nas primeiras lavouras colhidas na região, a produtividade variou entre 40 e 50 sacos por hectare. Não houve identificação de focos de ferrugem na região do Alto Uruguai, mas são realizados tratos sanitários preventivos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, onde há 3,7% da área de soja do Estado, apesar das chuvas na semana terem ocorrido de forma bastante irregular, as lavouras têm bom desenvolvimento devido ao total das precipitações ocorridas na quinzena. Seguem as pulverizações para controle de pragas e doenças, mesmo com baixas populações de insetos e baixo índice de doenças.

Na de Porto Alegre, que representa 2% da área com soja no RS, já há perdas irreversíveis em função do déficit hídrico causado pela estiagem, desde aquelas relacionadas à ocorrência de problemas de germinação – que resultaram em lavouras desuniformes, falhadas e com estande abaixo do ideal, com diversos produtores replantando áreas – até as perdas nas lavouras em floração, que apresentam crescimento limitado e abortamento de flores.

Em algumas áreas cultivadas em várzeas, principalmente nas de solos argilosos e semeadas em dezembro, a lavoura de soja apresentou maiores problemas de germinação e de estande. Nesta safra, ocorreu a expansão de área cultivada de soja em várzeas nas regiões Metropolitana, Sinos e Paranhana, destinadas ao arroz, e também em outras áreas novas, não tradicionais no cultivo da oleaginosa. Os produtores de soja procuram estas áreas devido ao menor preço de arrendamento.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 77,43/sc., com aumento de 0,99% em relação à da semana anterior.

Na região de Passo Fundo, a soja continua sendo comercializada a R$ 75,00 e na de Erechim, a R$ 79,00; na de Santa Rosa, a R$ 74,00; em Caxias do Sul, a R$ 77,00 e na região de Ijuí ao preço médio de R$ 75,50/sc.; em Santa Maria, é de R$ 76,09.

Na região de Bagé, o preço continuou oscilando entre R$ 71,00 e R$ 86,00 e na de Soledade, entre R$ 75,50 e R$ 79,00; em Porto Alegre, as oscilações de preço se mantiveram entre R$ 77,00 e R$ 82,80; na região de Frederico Westphalen, a variação foi novamente entre R$ 75,50 e R$ 76,50 e na de Pelotas, entre R$ 75,50 e R$ 86,00/sc.

Fonte: Emater

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