A safra 2019/2020 está iniciando, e muitas são as indagações no tocante as perspectivas de clima e mercado. No entanto, algo é fato, temos que começar e preparar da melhor forma possível o “cainho” para o cultivo da soja. Nesse sentido, a dessecação utilizando bons herbicidas no manejo de plantas daninhas é uma etapa essencial.

Uma constatação que vem assustando o setor produtivo é o surgimento de inúmeros casos de resistências no qual espécies como a buva (Conyza spp.) vem chamando atenção.

Em Informativos do Supra Pesquisa, já foram relatados vários casos de resistência aqui e no Paraguai, como ilustrado pela imagem a esquerda, em que pode ser observado uma planta de buva sobrevivente ao paraquat (indicativo de resistência a campo), ao lado de uma suscetível (acima na imagem, uma planta “torrada” pelo dessecante – sintoma esperado).

Mas o que chama mais atenção nessa safra é a expansão e a frequência de alguns indicativos de resistência, como da buva ao paraquat e ao 2-4D.

Especialmente no caso do 2-4D, os resultados de campo em várias regiões do Paraná, Sul do MS e Paraguai, vem assustando. A imagem a direita ilustra planta com indicativo de resistência a 2-4D, em que uma certa hipersensibilidade gera um efeito de “rápida necrose” em um período de 2 a 5 horas após a aplicação.

Essa “rápida necrose” indica que o produto, geralmente usado na primeira aplicação, não realizou o seu “trabalho”, comprometendo o processo de dessecação na pré semeadura, para que a soja entre no limpo.

Esse cenário leva a ações reativas imediatas, como a troca do herbicida por outro, e deveria levar a ações proativas continuas, como a rotação de mecanismos de ação e outras estratégias dentro do manejo de plantas daninhas.


Acabou a seca! Atenção nas dessecações


Nesse contexto, vão algumas dicas para preparar o “caminho para a soja”:

  • Se ainda não começou as dessecações, comece o quanto antes, e não deixe de realizar aplicações sequenciais (o ideal seria ter feito o manejo da entressafra ou “outonal” – logo após a colheita do milho);
  • Não use sempre os mesmos herbicidas, procure rotacionar o mecanismo de ação, para evitar a pressão de seleção (“matando os fracos e deixando os fortes multiplicarem”);
  • Use pré-emergente (bem posicionado em uma das sequencias), eles ajudam a rotacionar herbicidas, seguram os fluxos de emergência de plantas daninhas e favorecem a dianteira competitiva da cultura;
  • Cuidado com o residual indesejado de alguns herbicidas, aqueles que dão “fito” na soja (“carryover”), como os de alguns herbicidas hormonais (esses produtos exigem 7 a 30 dias de intervalo entre aplicação e semeadura);
  • Se tem braquiária ou outra cobertura, desseque antecipado, dependendo da massa verde, tem que aplicar herbicida, pelo menos 15 dias antes;
  • Evite baixo volume nas aplicações terrestres, trabalhe no mínimo entre 80 a 150L/ha, dependendo do herbicida, e aplique no melhor horário do dia;
  • Evite “semear no pó”, acompanhe a previsão do tempo, não caia na “síndrome do ronco do motor”, não semeie apenas porque o vizinho esta semeando;
  • Evite ao máximo a realização de “gradagem” pensando no manejo mecânico das plantas daninhas. Esta prática normalmente irá piorar nosso sistema de produção e trazer à tona problemas do passado;
  • Use semente certificada, sementes com alto vigor, faça um bom tratamento de sementes, não deixe de colocar inoculante, adeque o grupo de maturação a mesorregião, cuidado com o arranjo espacial (espaçamento e população). Ou seja, crie todas as condições que favorecem o estabelecimento da cultura, pois o “principal controle para a planta daninha é a própria cultura”, fechando cedo e no limpo, “a vida fica mais fácil”.
  • E, não deixe de consultar o seu Engenheiro Agrônomo!!

Lembre, nosso maior desafio é: FAZER A COISA CERTA, DO JEITO CERTO, NA HORA CERTA!

Fonte: Informativo nº 6 –  Supra Pesquisa

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