O aumento populacional da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) tem preocupado produtores de milho do Rio Grande do Sul. Embora a cigarrinha possa provocar danos diretos à cultura, o destaque vai para os danos indiretos causados pela praga.

A cigarrinha é o principal vetor da transmissão de viroses ao milho, mais especificamente os enfezamentos. Os enfezamentos são causados pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes, que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt), responsáveis pelo desenvolvimento do enfezamento pálido e pelo enfezamento vermelho respectivamente (Embrapa).

Os danos ocasionados pelo desenvolvimento dos enfezamentos no milho são assustadores, podendo até mesmo comprometer a produtividade do milho e aviabilidade da lavoura. Quanto mais cedo ocorre a infecção da planta, maiores são os danos ocasionados pelos enfezamentos. Dessa forma, deve-se atentar para o período de manejo e controle da cigarrinha.

Embora ainda não se tenha um nível e controle pré-estabelecido para a cigarrinha do milho, o monitorar da praga é essencial para definir o momento de controle e evitar maiores danos à cultura do milho. Tendo em vista a importância do monitoramento da cigarrinha e do crescente número de casos de enfezamento no RS, através do setor de entomologia da CCGL, a Rede Técnica Cooperativa (RTC) deu início ao projeto de monitoramento de Cigarrinha do milho em alguns municípios no Estado do Rio Grande do Sul.


Veja mais: Manejo da cigarrinha do milho: atenção aos detalhes 


O projeto vem sendo realizado a fim de minimizar os danos causados pelos enfezamentos na cultura do milho. Os resultados do monitoramento são realizados semanalmente pela Rede Técnica Cooperativa – RTC, indicam que ao contrário do que se imaginava, mesmo com o frio intenso, as populações da praga continuam elevadas, especialmente nas regiões norte e noroeste do estado, o que torna necessário adequar práticas de manejo para um melhor controle da cigarrinha.

Figura 1. Resultados de monitoramento da cigarrinha do milho obtidos pela RTC.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa (RTC) – CCGL

Por se tratar de viroses, infelizmente ainda não há tratamentos alternativos para minimizar os danos ocasionados pelos enfezamentos ou atenuar os efeitos dessas doenças. Dessa forma, a principal medida de manejo visando a redução da incidência dessas doenças no milho é o controle do vetor de transmissão, no caso, a cigarrinha.

Além de controlar a cigarrinha durante o desenvolvimento do milho, medidas de manejo preventivas como a eliminação de plantas de milho espontâneas (milho tiguera), as quais servem como ponte verde para a sobrevivência da praga, a padronização da semeadura das áreas de milho e o uso de cultivares tolerantes são essenciais para reduzir a densidade populacional da cigarrinha e a ocorrência dos enfezamentos.

Embora algumas práticas de manejo exijam maior planejamento e persistência, a redução da incidência dos enfezamentos no milho requer um manejo sistemático, o qual deve ser estendido além do período de desenvolvimento do milho, com foco no monitoramento da praga.

Essa e outras pesquisas você encontra nas redes sociais da RTC e no departamento técnico das cooperativas, clique aqui e confira!

Referências:

EMBRAPA. CONTROLE DA CIGARRINHA DO MILHO: ENFEZAMENTOS POR MOLICUTES E CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/controle-da-cigarrinha-do-milho >, acesso em: 11/08/2021.

Fonte: Assessoria de imprensa CCGL

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