A safra de soja 2022/2023 ofertou ao mercado 15,6 milhões de toneladas de grãos, cerca de 64% a mais em relação ao volume ofertado na safra 2021/2022. Esse aumento se deve a maior quantidade produzida da soja em grão, no estado de Mato Grosso do Sul, principalmente por efeitos climáticos positivos sobre o período fenológico reprodutivo da safra.
O aumento de 73% da produção, juntamente com uma redução do estoque inicial em 20% em relação ao ano anterior, resultou numa oferta maior de grão na magnitude de 64% proporcionando uma exportação de 7,69 milhões.
A demanda pelo grão de soja aumentou 64%, somando 14,8 milhões de toneladas. A exportação internacional foi a principal responsável, pois aumentou cerca de 119%, enquanto a exportação interna para os demais estados brasileiros teve um aumento de 57%, e o consumo aumentou na proporção de 16,12%.
Seguindo a mesma tendência, a venda da indústria para o mercado interno aumentou 50%. O estoque final foi estimado em 809,19 mil toneladas para dezembro de 2023, um valor 18% maior em relação ao estoque de dezembro de 2022.
Milho
A safra de milho 2022/2023 ofertou ao mercado 17,3 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 15% em relação ao volume ofertado na safra 2021/2022. Esse aumento se deve a maior quantidade produzida de milho em grão, cerca de 11%, no Estado do Mato Grosso do Sul, e do estoque inicial que apresentou um aumento de 38% em relação à safra 2021/2022, corroborando para um maior volume ofertado.
A demanda pelo grão de milho aumentou 14%, totalizando 14,4 milhões de toneladas. A exportação para o exterior aumentou 21%, enquanto para outros estados aumentou 13%, culminando em um incremento de 16% do volume exportado pelo MS.
O consumo interno também corroborou para uma maior demanda, com aumento de 3% em relação à safra anterior. O consumo animal foi responsável por 86,9% do consumo total, sendo aves e suínos os principais responsáveis, com cerca de 42% e 41%, respectivamente.
O consumo humano foi responsável por 7%, o consumo industrial por 4%. As perdas também somam-se ao consumo doméstico com 2,17% e sementes com 2,93%.
O estoque final foi estimado em 2,86 milhões de toneladas para dezembro de 2023, um valor 24% maior em relação ao estoque de dezembro de 2022.
Para o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, há uma clara tendência de aumento da demanda interna, tanto da soja quanto do milho. “A demanda internacional ainda é o principal destino da soja, enquanto a interestadual é o do milho. Quando analisamos todos os aspectos, percebemos que a demanda interna para consumo humano, animal e industrial tem aumentado, não sendo ainda suficiente para suprir a maior parte da oferta, mas, indicando um fortalecimento do mercado interno no estado. Um fator muito importante é o aumento da capacidade de processamento do milho para a produção de etanol e DDG (coprodutos). E em relação a soja, um fator importante é a produção de farelo que tem como principal destino a Europa, e o consumo humano, com o aumento da demanda como fonte de proteína para as pessoas que não consomem a proteína animal”.
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Autor/Fonte: Crislaine Oliveira/AProsoja MS