Objetivou-se avaliar o efeito de ácido húmico associado a Bacillus subtilis na cultura da soja no município de Alta Floresta – MT.
Autores: Samiele Camargo de Oliveira Domingues¹; Ellen Clarissa Pereira da Cunha²; Laiza Almeida Dutra³; Kamila Santana Matos Rocha4; Lucas Eduardo Batista da Cruz5; Adriano Maltezo da Rocha6; Oscar Mitsuo Yamashita7.
Introdução
A busca por maior produtividade na soja (Glycine max) é constante, por ser a espécie vegetal de maior importância social e econômica para o Brasil, e a principal oleaginosa cultivada no mundo, com isso o uso de co-inoculação para fixação biológica de nitrogênio vem sendo uma tecnologia indispensável para atingir alta produtividade (BOSCHETTI et al., 2018). As rizobactérias promotoras do crescimento de plantas (RPCPs) habitam o solo e são isoladas da rizosfera em diversas plantas cultivadas. A utilização de RPCPs em culturas de importância agrícola representa uma importante estratégia, visando o aumento do crescimento e nutrição vegetal de forma econômica e sustentável (COSTA et al.,2014). O uso da mistura de RPCPs com outros resíduos orgânicos (ácido húmico) têm apresentado resultados satisfatórios no crescimento e proteção de plantas contra doenças (REDDY et al., 1999). Considerando os possíveis benefícios RPCPs associado aos resíduos orgânicos para o desenvolvimento das plantas, objetivou-se avaliar o efeito de ácido húmico associado a Bacillus subtilis na cultura da soja no município de Alta Floresta – MT.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em março de 2019, no Laboratório de Tecnologia de Sementes e Matologia (LaSeM) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 6 x 2, com seis concentrações crescente de ácido húmico (18%) (0, 100, 200, 300, 400 e 500 ml para 100 kg de sementes) associada ou não com Bacillus subtilis (1.000 ml para 100 kg de sementes), o produto comercial utilizado foi Biobac®. As unidades foram compostas por rolos de papel germitest, sendo dispostas 50 sementes em cada repetição, com 4 repetições cada.
As Após receberem os respectivos tratamentos, as sementes da cultivar MS8338 RR foram distribuídas em folhas de papel germitest, previamente umedecidas com água destilada na proporção de 2,5 vezes o seu peso. Os rolos foram colocados em sacos plásticos e levadas para câmara de germinação em temperatura de 25 °. As variáveis analisadas foram índice de velocidade de germinação, germinação, massa verde da parte aérea e massa verde de radícula. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias do fator quantitativo (inoculante), comparadas pelo teste de F a 5% de probabilidade e para o quantitativo (doses de ácido húmico) foi realizado o estudo de regressão polinomial, com uso do software Sisvar® (FERREIRA, 2011).
Resultados e Discussão
Analisando-se os resultados obtidos para as características morfológicas da soja NS 8383 RR, para o fator B. subtilis houve efeito significativo (p≤0,05) para as variáveis índice de velocidade de germinação e massa verde de radícula. Entretanto, não foi significativo para porcentagem de germinação e massa verde da parte aérea. Em relação as doses crescentes de ácido húmico houve efeito significativo para todas as variáveis analisadas (Tabela 1). Quanto a interação entre os fatores B. subtilis e doses crescente de ácido húmico houve a mesma (p<0,05) para todas as variáveis analisadas (Tabela 2).
Houve diferença para a inoculação em relação ao índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de germinação, somente nas doses 200 e 300 ml, onde sem inoculação foi melhor na dose de 200 e com inoculação na de 300 ml. Ainda em relação ao IVG e germinação, no desdobramento de dose dentro de inoculação foi verificado significância apenas sem inoculação e o ajuste foi linear, porém com coeficiente de determinação baixo para ambas variáveis (Tabela 2). Em relação a massa verde da parte aérea não foi observada diferença entre com e sem inoculação para todas as doses, demonstrando não haver influência da inoculação com Bacillus, independentemente da dose de ácido húmico aplicada para esta variável.
Para doses dentro de inoculação não foi observado regressão significativa (Tabela 1). Para massa verde de radícula observa-se efeito positivo da inoculação com Bacillus a partir da dose de 200 ml, evidenciando o efeito da inoculação para o desenvolvimento radicular. Novamente, como para verde da parte aérea, para massa seca de raiz não foi verificado regressão significativa para o comportamento de doses dentro de com ou sem inoculação (Tabela 1). De acordo com Oliveira et al. (2016) os quais avaliaram o desenvolvimento inicial de feijoeiro, ocorreu o aumento no comprimento de plântula e comprimento de raiz com a inoculação de B. subtilis.
Segundo o mesmo autor o uso de inoculantes a base de B. subtilis promove uma gama de benefícios para diferentes culturas as bactérias promotoras de crescimento vegetal podem tornar-se um recurso tecnológico essencial para melhorar o rendimento agrícola e ainda contribuir para a manutenção da sustentabilidade dos sistemas de cultivo a longo prazo, aliando produtividade e proteção ambiental. Fato observado no presente trabalho para o desenvolvimento radicular que pode interferir na maior absorção de nutrientes e assim, proporcionar maior produtividade.
Tabela 1. Valores de F, coeficiente de variação CV(%) e médias de índice de velocidade de germinação (IVG), germinação (G), massa verde da parte aérea (MVA) e massa verde de radícula (MVR) em função das concentrações de Ácido Húmico (AH) associado ou não com Bacillus subtilis (Bc) aplicado via tratamento de sementes. Alta Floresta (2019).
Tabela 2. Desdobramento da interação significativa entre concentrações de ácido húmico (AH) associado ou não com Bacillus subtilis (Bc) aplicadas via tratamento de sementes para índice de velocidade de germinação, germinação, massa verde da parte aérea e massa verde de radícula.
Conclusão
A utilização de B. subtilis promoveu resultados promissores principalmente para o crescimento radicular da cultivar de soja NS 8383 RR. As doses de ácido húmico não tiveram influência sobre desenvolvimento inicial de plantas de soja.
Agradecimentos
À Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), à CAPES, CNPq e FAPEMAT pela concessão de bolsa dos autores.
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Referências
BOSCHETI, E. L.; SIMONETTI, A. P. M. M. Influência da coinoculação de Bradyrhizobium e Azospirillum no desenvolvimento inicial da soja. Revista Cultivando o Saber. Edição Especial:44-52, 2018.
COSTA, E. M. et al. Resposta da soja a inoculação e co-inoculação com bactérias promotoras do crescimento vegetal e Bradyrhizobium. Enciclopédia Biosfera, 10:1678-1689, 2014.
FERREIRA, D.F. Sisvar: A computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 35:1039-1042, 2011.
REDDY, M. S.; RODRIGUEZ-KABANA, R.; KENNEY, D. S.; RYU, C. M.; ZHANG, S.; KLOEPPER, J. W. Growth promotion and induced systemic resistance (ISR) mediated by biological preparation. Phytopathology, Saint Paul, 89:65, 1999.
OLIVEIRA, G. R. F.; SILVA, M. S.; MARCIANO, T. Y. F.; PROENÇA, S. L.; SÁ, M. E. Crescimento inicial do feijoeiro em função do vigor de sementes e inoculação com bacillus subtilis/early growth of common bean plants in response to vigour seeds and inoculation with bacillus subtilis. Revista Brasileira de Engenharia de Biossistemas, 10:439-448, 2016.
Informações dos autores
1Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossitemas Amazônicos, da Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Flores/MT. E-mail: samieledomingues@gmail.com;
2,3,4,5Acadêmico do Curso de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Flores/MT E-mail: ellenclarissam12@gmail.com;
6,7Professor do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agroecossitemas Amazônicos, da Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Flores/MT. E-mail: marcocarvalho@unemat.br.
Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.