A Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF) da Embrapa Milho e Sorgo, também chamada de Banco Ativo de Germoplasma de Microrganismos (BAG Microrganismo), é composta por fitopatógenos de milho e de sorgo, microrganismos promotores de crescimento e bactérias entomopatogênicas (agentes que causam doenças nos insetos).  Este banco cumpre ações do projeto Qualimicro, que busca implementar normas técnicas de gestão da qualidade.

A CMMF é uma das coleções da Rede de Recursos Genéticos Microbianos da Embrapa e está classificada como coleção institucional, dentro dos critérios estabelecidos pela Rede. A coleção é credenciada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tem como objetivos coletar, caracterizar, preservar e prospectar microrganismos de interesse agrícola.

O banco é composto por cerca de 4.500 isolados de Bt (Bacillus thuringiensis) e Baculovírus, 4.500 organismos promotores de crescimento e uma coleção de fitopatógenos, com quase 2.000 isolados. “Um total estimado de 11 mil linhagens de importância agrícola, industrial e ambiental. Todas preservadas por meio de várias cópias, que são abrigadas em diferentes locais”, declara a pesquisadora Christiane Abreu de Oliveira Paiva.

“A partir da organização da coleção, surgiram parcerias com empresas privadas e instituições públicas nacionais e internacionais. Este trabalho permitiu a captação dos recursos, por meio dos projetos. Os bioprodutos gerados são, na maioria, para controle de pragas e doenças, fixação de nitrogênio, aumento da absorção de fósforo pelas plantas e dos promotores de crescimento das plantas”, ressalta Christiane.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, essa coleção de microrganismos pode prover soluções que são mais sustentáveis para a agricultura brasileira. “Os custos da produção das culturas aumentaram muito nos últimos anos, e o uso de agentes biológicos pode representar soluções que, além de eficientes, são economicamente viáveis”, disse.

“Como resultado deste trabalho, a Embrapa já licenciou inseticidas biológicos na forma de microrganismos que controlam pragas de várias culturas e promovem a melhor utilização dos nutrientes e o crescimento das plantas”, acrescenta Purcino.

Gestão da qualidade faz parte da rotina do Banco de Microrganismos 

As ações de gestão da qualidade buscam a padronização das atividades por meio da elaboração dos procedimentos operacionais padrão (POPs), a definição e organização dos registros, o controle dos equipamentos e das condições ambientais e a capacitação da equipe. Tudo isso para atender aos requisitos descritos no Manual de Gestão de Coleções de Microrganismos da Qualidade da Embrapa. “Estas ações de gestão da qualidade fazem parte de um trabalho contínuo na rotina da Coleção de Microrganismos Multifuncionais e Fitopatógenos (CMMF). Futuramente, poderemos alcançar novas formas de reconhecimento de competência”, diz a gerente da qualidade Priscila Cordeiro Gomes.

Segundo Christiane Paiva, o atendimento às normas de qualidade proporcionou melhorias para a preservação das amostras a longo prazo. “Outros benefícios são a garantia da viabilidade e da rastreabilidade dos acessos. As informações sobre as linhagens são organizadas e disponibilizadas por meio do sistema de informação AleloMicro. O acesso é permitido online, e as informações estão disponíveis para o público em geral, quando não são confidenciais”, diz.

As atividades do Banco de Microrganismos são monitoradas periodicamente por auditorias externas, realizadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF).

A coleção é organizada e mantida pelo gestor Maycon Campos de Oliveira e por uma equipe de curadores, composta por Christiane Paiva e pelos pesquisadores Dagma Dionísia da Silva, Eliane Aparecida Gomes, Fernando Hercos Valicente, Francisco Adriano de Souza, Ivanildo Evódio Marriel e Luciano Viana Cota, todos da Embrapa Milho e Sorgo. Também fazem parte da equipe do Banco as analistas Priscila (gerente da qualidade) e Fabiane Ferreira de Souza.

Fonte: Embrapa

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