InícioDestaqueBioestimulantes podem atenuar o efeito do déficit hídrico em soja?

Bioestimulantes podem atenuar o efeito do déficit hídrico em soja?

Para que uma cultivar de soja expresse seu potencial produtivo é necessário que se tenha condições adequadas ao seu crescimento e desenvolvimento, sendo o déficit hídrico um dos principais fatores limitantes da produtividade da soja. Embora possa haver variações dependendo da cultivar e ambiente de cultivo, o consumo de água para a obtenção de máximos rendimentos de grãos varia de 450 a 800 mm durante todo o ciclo (PAS Campo, 2005).

Conforme destacado por Zanon et al. (2018), o subperíodo do enchimento de grãos, conhecido por ser um período de rápido acúmulo de matéria seca e nutrientes, é um dos períodos de maior exigência hídrica da cultura da soja, podendo a ocorrência de déficits hídricos, causar drásticas reduções da produtividade da soja.

Conforme destacado por Seixas et al. (2020), a maior evapotranspiração da cultura da soja é observada durante o período reprodutivo do seu desenvolvimento, corroborando a maior necessidade hídrica da cultura durante esse período.

Figura 1. . Exemplo de evapotranspiração (ET) diária, nos diferentes estádios de desenvolvimento de cultivares de soja de tipo de crescimento determinado.

Fonte: Berlato et al. (1986), Apud. Seixas et al. (2020)

Embora se tenha conhecimento do requerimento hídrico da soja, se tratando de cultivos de sequeiro (sem irrigação), nem sempre é possível suprir toda a demanda hídrica da soja, podendo em algumas situações, ocorrer períodos de déficit hídrico. Contudo, é possível atenuar os efeitos do déficit hídrico na cultura da soja, evitando maiores danos e possibilitando maior tolerância das plantas a esses déficits.

Uma das alternativas viáveis é  aplicação de bioestimulantes na soja em condições de estresse. Avaliando a eficiência dos bioestimulantes no manejo do déficit hídrico na cultura da soja, Cavalcante et al. (2020) observaram que substâncias bioestimulantes mostraram-se eficientes em proporcionar maior capacidade da soja em suportar períodos de déficit hídrico, proporcionando inclusive, aumento de produtividade em comparação ao controle (sem a aplicação de bioestimulantes).



Os autores avaliaram a cultivar BMX FLECHA 6266 RSF IPRO e os tratamentos analisados foram: Aminoácidos;  Extrato de Alga; Ácidos fúlvicos; Fitormônios; Nutrientes e  Controle (sem a aplicação de bioestimulantes). Conforme resultados obtidos no presente estudo, os maiores valores de produtividade de grãos, foram observados com o uso de Extrato de Alga e Ácidos fúlvicos, com aumentos médios respectivos de 20,50%; 22,05% em relação ao tratamento controle.

Tabela 1. Médias da produtividade de grãos (kg.ha-1) e massa de 100 grãos (M100G) em gramas, em função dos diferentes tratamentos.

Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si segundo teste Tukey a 5% de probabilidade
Adaptado: Cavalcante et al. (2020)

Já para a variável massa de 100 grãos (M100G), os autores observaram que houve aumento médio de 13,48%; 13,59%; 23,87%; 19,66% e 21,29%; respectivamente para Aminoácidos;  Extrato de Alga; Ácidos fúlvicos; Fitormônios; Nutrientes em comparação ao controle. Dessa forma, fica evidente o potencial dos bioestimulantes quando empregados em períodos de estresse hídrico, em atenuar os efeitos do déficit hídrico em soja, podendo ser interessantes ferramentas para uso no manejo da soja.

Confira o Trabalho completo de Cavalcante et al. (2020) clicando aqui!


Referências:

CAVALCANTE, W. S. S. et al. EFICIÊNCIA DOS BIOESTIMULANTES NO MANEJO DO DÉFICIT HÍDRICO NA CULTURA DA SOJA. Irriga, Inovagri, Notas Técnicas, Botucatu, v. 25, n. 4, p. 754-763, outubro-dezembro, 2020. Disponível em: < https://irriga.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/4186 >, acesso em: 08/10/2021.

PAS Campo. MANUAL DE SEGURANÇA E QUALIDADE PARA A CULTURA DA SOJA. Embrapa, Transferência de Tecnologia, 2005. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/25249/1/MANUALSEGURANCAQUALIDADEParaaculturadesoja.pdf >, acesso em: 08/10/2021.

SEIXAS, C. D. S. et al. TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 08/10/2021.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2018.

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Equipe Mais Soja
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