Destaque da Semana – Exportações Brasileiras de algodão batem recorde histórico em nov/25, com mais de 400 mil tons embarcadas. Lá fora, cautela nos mercados globais aliada a números fracos de vendas semanais dos EUA fizeram con que os futuros de algodão na ICE (NY) recuassem para o menor nível em mais de uma semana. Foi a quarta sessão consecutiva de baixa após um animador rali de cinco sessões.
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Algodão em NY – O contrato Mar/26 fechou nesta quinta 04/dez cotado a 64,08 U$c/lp (-0,7% vs. 26/nov). O contrato Dez/26 fechou em 67,65 U$c/lp (-0,25% vs. 26/nov).
Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 710 pts para embarque Dez-25/Jan-26 (Middling 1-1/8″, 31-3-36), fonte Cotlook 27/nov/25.
Altistas 1 – Com a posição líquida vendida dos fundos muito elevada, um gatilho de curto prazo – como surpresa no WASDE ou nos dados de exportação – pode forçar recompra de posições curtas e aumentar a volatilidade para cima.
Altistas 2 – Muitos produtores em grandes origens já trabalham com margens apertadas ou negativas aos preços atuais de NY, o que limita a disposição de vender novos volumes a esses patamares. Esse contexto reforça a percepção de que preços muito abaixo dos níveis atuais podem não ser sustentáveis no médio prazo, especialmente para a safra 2026/27.
Altistas 3 – As expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve se fortaleceram, com a ferramenta CME FedWatch indicando cerca de 87% de probabilidade de redução já na próxima reunião. Em pesquisa da Reuters realizada entre 28/nov e 4/dez, 82% dos economistas consultados projetam corte de 25 pontos-base, o que tende a estimular a atividade econômica global, melhorar o ambiente de consumo e apoiar, indiretamente, a demanda têxtil e de energia.
Altistas 4 – Em vários mercados, as fiações operam com estoques de algodão e de fios relativamente enxutos, após meses de compras “hand-to-mouth”. Qualquer recuperação um pouco mais firme dos pedidos no varejo pode levar a um movimento concentrado de recomposição de estoques, sustentando preços físicos e diferenciais de qualidade.
Baixistas 1 – Relatos indicam que fiações na China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão não mostram urgência em recompor estoques. A ausência do tradicional movimento de recompras no início do mês confirma que “simplesmente precisamos de demanda”, com excesso de algodão disponível e pouco comprometimento das mills.
Baixistas 2 – Em mercados como Bangladesh, Vietnã e Paquistão, o ambiente macro segue desafiador, com custos de energia, instabilidade cambial e incertezas políticas afetando as exportações de têxteis e vestuário. A combinação de pedidos irregulares e estoques de produtos acabados ainda elevados reduz o apetite por novas compras de algodão.
Baixistas 3 – Em vários relatórios, o balanço global continua apontando estoques finais confortáveis, mesmo com alguns ajustes pontuais de produção. Estoques elevados reduzem a urgência das fiações em recompor posições e deixam o poder de barganha mais nas mãos dos compradores.
Baixistas 4 – A ausência de notícias realmente novas no front fundamental faz com que o mercado fique “preso” em um intervalo relativamente estreito, com viés descendente. Sem gatilhos de alta claros, os participantes tendem a privilegiar a preservação de caixa e a alongar decisões de compra, o que aprofunda a sensação de morosidade.
EUA 1 – USDA Export Sales para a semana encerrada em 30/10 mostraram vendas líquidas de apenas 81.500 fardos para a safra corrente (-39% vs semana anterior e -51% vs. média das últimas quatro semanas), sinalizando demanda externa fraca para o algodão americano.
EUA 2 – Vietnã segue como principal cliente dos EUA (27% do total), seguido pelo Paquistão (11%). China aumentou seu compromisso em apenas 5,7 mil tons, totalizando 31,8 mil tons (vs 124,8 mil em 2024).
China 1 – Dados da China National Cotton Exchange mostram que até 3/dez 4,55 milhões tons de pluma foram inspecionadas no Xinjiang (+626,2 mil tons na semana), volume 19% superior a 2024.
China 2 – A China Cotton Association manteve as projeções para 2025/26: produção de 7,28 milhões tons (+9,2%), importações de 1,1 milhão (+4,5%), consumo de 8,1 milhões (+3,8%) e exportações de 20 mil tons. Os estoques finais seguem em 10,11 milhões tons (+2,7%).
China 3 – Xinjiang reforçará a cooperação com países da Ásia Central, conforme discutido no Tianshan Forum for Central Asia Economic Cooperation esta semana. A região visa consolidar seu papel como hub central do Cinturão e Rota.
Bangladesh – A média de importação de algodão de Bangladesh em set-out/25 foi de 130 mil tons/mês, mas outubro teve o menor volume desde 2023. Se nov/25 repetir a queda, pode indicar desaceleração setorial.
Turquia – Na Mediterranean Cotton Roads conference, foi informado que a seca afetou a produtividade da safra atual da Turquia, com produção estimada pela Cotlook em 650 mil toneladas (-24% vs 2024/25). A área plantada deve cair em 2026.
Vietnã – Fiações vietnamitas seguem cautelosas, comprando pouco e focando em algodão dos EUA, Austrália e Brasil. A alta dos preços futuros reduziu o interesse na semana.
Indonésia – Pequenos lotes de algodão brasileiro foram negociados esta semana para entrega imediata, mas o mercado segue fraco. O setor têxtil local enfrenta concorrência de produtos chineses baratos, afetando a competitividade da indústria doméstica.
Câmara Setorial 1 – A Câmara Setorial do Algodão realizou sua última reunião de 2025 em 02/dez, coordenada pelo presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, com participação das associações estaduais, Anea, Mapa e Abit para discutir balanço da safra e políticas públicas.
Câmara Setorial 2 – A Abrapa protocolou ao ministro Carlos Fávaro pedido de acesso a instrumentos como Prepo e crédito do BNDES para sustentar preços mínimos e liquidez dos produtores, frente à volatilidade de preços e custos elevados.
Câmara Setorial 3 – O diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou dados de fechamento de safra, confirmando que o Brasil segue como maior exportador mundial, mas com receita pressionada pela queda dos preços globais.
Câmara Setorial 4 – A Abrapa projetou safra 2026 de 3,83 milhões tons (- 9,9% vs 2024/25) e estima que o Brasil ampliará sua participação nas exportações globais para 33% (3,1 milhões tons), mesmo com cenário de preços baixos.
Exportações 1 – As exportações brasileiras de algodão somaram 402,4 mil tons em nov/25. Recorde embarcado no mês de novembro.
Exportações 2 – No acumulado de ago/25 a nov/25, as exportações brasileiras somam 952,7 mil tons, alta de 11,9% com relação ao mesmo período em 2024.
Beneficiamento 2024/25 – Até o dia de ontem (04/12) foram beneficiados nos estados da BA (94%), GO (99,5%), MA (78%), MG (99%), MS (98%), MT (83%), PI (99%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 86,1%.
Plantio 2025/26 – Até o dia de ontem (04/12) foram semeados nos estados da BA (15,3%), MG (30%), PR (60%) e SP (65%). Total Brasil: 3,86%.
Preços – Consulte a tabela de cotações:
Quadro de cotações para 04 -12
Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil – cottonbrazil@cottonbrazil.com
Fonte: Abrapa




