A negociação entre a corretora gaúcha Renato e a cooperativa também gaúcha, Cotrisel, foi a primeira operação do tipo para o mercado arrozeiro e envolveu 3.625 toneladas de arroz a granel em casca, longo, fino, tipo 01. A operação foi realizada para efetuar um pagamento de um produtor rural com a Cooperativa e, por meio dela, ele se compromete realizar a quitação com a entrega parcelada de arroz iniciando em 2021.
O trâmite foi realizado por meio de emissão e registro de uma Cédula de Produto Rural, conhecida como CPR, no formato digital. “Para nós da Corretora Renato foi muito gratificante emitirmos a primeira CPR de arroz na Bolsa Brasileira de Mercadorias. Com isso, ratificamos nosso histórico de pioneirismo nas ferramentas desenvolvidas pela Bolsa”, declarou Christiano Erhart, sócio da corretora associada à Bolsa.
O registro foi realizado em menos de cinco minutos. “Sempre acreditamos que uma Bolsa forte é formada por corretoras que buscam desenvolver os serviços disponibilizados pela entidade e a Bolsa tem desenvolvido diversos sistemas nos últimos anos trazendo novas oportunidades de negócios para as corretoras”, completou o corretor que atua nos mercados do arroz, trigo, milho, soja, feijão e nos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com a Resolução 4.870/20 do Conselho Monetário Nacional (CMN) definindo a obrigatoriedade do registro na B3, para as CPR acima de R$ 1.000.000,00 o corretor acredita que é questão de tempo para mais empresas ingressarem nesse universo. Segundo a corretora, que tem grande tradição no setor orizícola, a busca agora é para divulgar junto aos clientes este novo sistema para registro. “Acreditamos ser uma ferramenta inovadora com muitas vantagens”, declarou.
A Cotrisel que participou da operação como estreante nesta frente, entende que a CPR digital nasceu para revolucionar a forma de financiamento agrícola trazendo transparência e agilidade para as operações e que a CPR em formato eletrônico tornou-se uma ferramenta indispensável para a modernização da gestão financeira do agronegócio. “Achamos que foi bem fácil, simples e direto”, resumiu Pedro Bolzan de Franceschi, diretor financeiro da Cotrisel.
A cooperativa financia a produção de agricultores por meio de CPR há aproximadamente 20 anos e acredita na disseminação do título e no crescimento do financiamento privado. ”Este é um modelo que só veio para agregar ao agro, oferecendo mais fontes de financiamento que fogem do crédito rural, com aumento dos financiamentos por parte das cooperativas e cerealistas e do barter”, exemplificou. “É um procedimento que agiliza e evita deslocamentos, com grande ganho e rapidez”, finalizou.
Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias – BBM