A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado foi impulsionado pelo bombardeio russo à infraestrutura portuária em Odesa, na Ucrânia. Ontem a Rússia saiu do acordo de grãos do Mar Negro, do qual o porto era uma linha crucial. A disparada do milho contribuiu com a forte valorização.
De acordo com o analista de grãos do Rabobank, Dennis Voznesenski, em entrevista à Reuters, os preços globais dos grãos continuarão voláteis até que o mercado seja capaz de compreender plenamente o impacto da retirada da Rússia do acordo de grãos. Ele destacou que a Ucrânia tem trabalhado na construção de caminhos alternativos para suas exportações desde o início da guerra, mas até o momento, essas rotas não são suficientes para compensar totalmente a perda do Mar Negro.
Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de trigo primavera. Segundo o USDA, até 16 de julho, 51% estão entre boas e excelentes condições (o mercado esperava 47%), 35% em situação regular e 14% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana passada, os percentuais ficavam em 47%, 37% e 16%, respectivamente.
Já o trigo de inverno, até 16 de julho, segundo o USDA, a colheita estava apontada em 56%. O mercado esperava 57%. Na semana passada, eram 46%. Em igual período do ano passado, o número estava em 69% e a média dos últimos cinco anos é de 69%.
No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 6,70 3/4 por bushel, alta de 17,00 centavos de dólar, ou 2,6%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 6,90 1/2 por bushel, ganho de 16,75 centavos, ou 2,48% em relação ao fechamento anterior.
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Autor/Fonte: Gabriel Nascimento / Agência SAFRAS
