Produtores brasileiros devem colher um recorde de 118 milhões de toneladas de milho em 2022/23, disse em relatório o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília, em sua primeira projeção para o próximo ciclo. O volume representa aumento de 2,6% ante a estimativa para 2021/22, de 115 milhões de toneladas. A área de milho deve aumentar 1 milhão de hectares, ou 4,65%, para 22,5 milhões de hectares. Segundo o adido, a expansão esperada da área está em linha com a verificada nas temporadas anteriores, e se deve em parte à alta dos preços e da demanda, exacerbada pelo conflito na região do Mar Negro.
Interlocutores ouvidos pelo adido no mês passado se mostraram otimistas em relação à temporada 2022/23, mas observaram que a guerra na Ucrânia e a escassez de fertilizantes podem levar produtores a alterar seus planos de plantio mais à frente. “Uma redução dos insumos também levaria a rendimentos mais baixos, embora o impacto deva ser desigual em todo o país”, disse o adido.
A previsão inicial do adido para as exportações brasileiras de milho em 2022/23 é de 45 milhões de toneladas, um aumento de 2,3% ante a estimativa para este ano, de 44 milhões de toneladas. A projeção é baseada na expectativa de produção recorde na próxima temporada. “No entanto, se a produção ficar abaixo das expectativas iniciais, as exportações também devem diminuir, já que o consumo no mercado doméstico é relativamente inelástico.”
O consumo interno de milho em 2022/23 deve totalizar 75 milhões de toneladas, 2,7% mais do que a estimativa para a temporada atual, de 73 milhões de toneladas.
B3: Milho fechou em leve alta no dia e forte alta na semana
Puxados, novamente, pela alta em Chicago (que pode incentivar as exportações e, com isto iniciar uma disputa pelo grão e elevar as cotações) e pelas compras de oportunidade dos investidores as cotações do milho no mercado futuro de São Paulo voltaram a fechar em alta, nesta quarta-feira. Mesmo com a maioria dos compradores do físico esteja abastecida e esperando apenas a colheita da Safrinha e a alta em Chicago (+1,03%), somada à alta do dólar (+0,26%) e permitiu reação do mercado, nesta quarta-feira. Alguns exportadores intensificaram as consultas de preços na esperança de exportação, faltando pouco para o alinhamento dos preços.
Com isto, todas as cotações do dia fecharam novamente em alta, nesta quarta-feira: o vencimento maio/22 foi cotado à R$ 88,06, alta de R$ 0,03/saca no dia e de R$ 0,05 nos últimos 5 pregões(semana); julho/22 fechou a R$ 88,50, alta de R$ 0,36 no dia e de R$ 0,27 na semana; setembro/22 fechou a R$ 89,28, com alta de R$ 0,43 no dia e de R$ 1,58 na semana e novembro/22 fechou a R$ 90,70 com alta de R$ 0,57 no dia e de R$ 0,77 na semana.
CHICAGO: Firmeza no trigo e no petróleo e maior uso do milho no etanol fez cotação fechar em alta
A cotação do milho para maio22 fechou em alta de 1,03% ou 8,0 cents/bushel a $ 784,25. A cotação de julho22, importante para as exportações brasileiras, fechou em alta de 0,74% ou $ 5,75 cents/bushel a $ 778,25.
Firmeza no trigo e ascensão no petróleo, impulsionou o milho. A expectativa de maior uso do etanol à base de milho nos EUA gerou firmeza nos preços recentemente, juntamente com um avanço lento no plantio (no lado da oferta).
Etanol EUA: A EIA informou que os produtores de etanol reduziram a produção diária em mais 8 mil barris por dia na semana encerrada em 08/04. Isso deixou a produção média diária em 995 mil barris, a primeira abaixo de 1 milhão desde a semana de 25/02. Os estoques de etanol diminuíram em 1,1 milhão de barris, para 24,8 milhões.
Biocombustíveis EUA: Ontem em Iowa, a Casa Branca anunciou uma iniciativa para permitir o E15 durante o verão (1 de junho a 15 de setembro) como forma de ajudar a baixar os preços da gasolina.
Produção Brasil: O Adido Agrícola do USDA estima a produção brasileira de milho em 118 MT para 23/22. A previsão de março para a safra anterior foi de 115 MT e sugere que o aumento de 3 MT ano/ano está em área expandida, já que a produção deve cair ~ 2%. A previsão oficial de produção de safras antigas do USDSA é de 116 MT.
Exportação França: A FranceAgriMer informou sua previsão de exportação de milho em 21/22 como 5,8 MT, um aumento de 100 mil em relação à previsão de março. Os estoques, no entanto, cresceram para 2,02 MT de 1,97 em sua estimativa anterior.
Giro nos Estados:
RIO GRANDE DO SUL: Mercado continua andando de lado, sem ofertas
Mercado de milho segue totalmente andando de lado, com indicações de comprador bem distantes das ofertas. Comprador referenciou a R$ 91,00 CIF Santo Ângelo e Chapecó, R$ 92,00 Marau e R$ 93,00 CIF Arroio do Meio. Já o vendedor posiciona ofertas que partem de R$ 93,00 interior.
Exportação: Devido as baixas nos prêmios em todos os portos, exportação continua fora de mercado, não apresentando nem cotação. Preços ao produto, em Panambi, mantiveram-se em R$ 84,00 a produtor.
SANTA CATARINA: Mercado continua com compradores retraídos
Oferta segue sem demanda. Ignorando cenário internacional e sem efeito cambial, mercado brasileiro de milho intensifica tendência de baixa com boas expectativas com a produção da 2ª safra. Vendedores falando em R$ 92 a R$ 95 e compradores, quando se consegue arrancar uma ideia de preço, entre R$ 89/90,00/saca. Milho importado, também está parado, com a alta dos fretes para as cargas que vem de outros estados ou os problemas de frete e alfândega para os milhos que vem do Paraguai. Preços de Balcão ao redor de R$ 88,00 no estado.
PARANÁ: Milho bem travado, continua sem negócios conhecidos
Milho da safra de verão está 92% colhida, segundo o relatório do Deral desta terça-feira. Do que está nas lavouras, 55% está em condição boa, 33% em condição média e 12% em condição ruim. Já o milho da safra de inverno está 100% plantado, com 97% em condição boa, 3% em condição média e zero em condição ruim.
Mercado de milho totalmente travado. Vendedor a 85,00 FOb sem compradores. O spot não tem liquidez na exportação e MI está abastecido.
Preços no porto futuro: A posição de julho, com entrega e pagamento até 30/08 ideia de R$ 87,40; para agosto pagamento 20/9 R$ 87,80; para setembro ideia de R$ 88,50 e outubro ideia de R$ 91,10.
MATO GROSSO DO SUL: Mercado continua com zero negócios e preços estáveis
Mesmo com as altas de hoje, tanto em Chicago, quanto na B3, de hoje, o produtor está bem capitalizado, prefere não vender. Por outro lado, as indicações os preços mantiveram a
alta do início da semana, sem cair, como mostra a nossa tabela ao lado. Mesmo sendo uma reserva para abastece o mercado interno, não se tem notícias de novos negócios para os estados do Sul, devido à alta do frete. O preço do frete de Campo Grande até Paranaguá ou outros mercados do Sul está ao redor de R$ 260/t, mas já esteve a R$ 275 no início da guerra.
GOIÁS: Mercado começa a semana travado
Poucas ofertas sobre a disponibilidade atual. Os compradores estão mais interessados na Safrinha, que começará a ser colhida em breve. Os preços se mantiveram estáveis, Contudo, os tomadores continuam muito retraídos, principalmente dos outros estados, devido ao forte aumento nos preços dos fretes.
Fonte: T&F Agroeconômica