O consumo de calcário agrícola no Brasil segue subindo ainda em ritmo inferior às necessidades de correção de acidez do solo. Estatísticas de 2022, divulgadas essa semana, apontam que o agronegócio nacional aplicou 4,2% a mais do corretivo no ano passado, na comparação com 2021.
O levantamento realizado pela Assciação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal) contabiliza o consumo perto de 56,8 milhões de toneladas do insumo no ano passado. Em 2021, esse mesmo estudo apontou 54,5 milhões. O crescimento foi tímido, segundo o presidente da Abracal, João Bellato Júnior.
“O governo federal sinaliza que incentivará a correção da acidez do solo nos próximos anos. Consideramos importante essa medida, já que o consumo deveria estar perto de 80 milhões de toneladas anualmente”, comenta Bellato.
A preocupação inclui os estados. São Paulo e Rio Grande do Sul já estudam propostas de difusão da calagem, que é a correção da acidez do solo. As secretarias estaduais de Agricultura desses dois estados avaliam mudanças.
Frentes agrícolas
A medida se mostra necessária, porque a pequena alta foi puxada basicamente por estados que concentram frentes agrícolas – como Mato Grosso, Goiás e Tocantins. O estudo mostra que 45% do volume consumido no país se concentram nesses 3 estados. Porém, na maioria das regiões do país, há déficit na produtividade por área plantada.
Com aproximadamente 11,4 milhões de toneladas consumidas, Mato Grosso foi responsável por uma a cada cinco toneladas do corretivo aplicadas no ano passado no Brasil. Revisão de dosagem e aplicação em pastagens foram medidas que contribuíram para a liderança do estado.
O registro de aplicação abaixo das necessidades de nutrientes no solo, em função do uso de estudos realizados há 30 ou 40 anos, puxa o debate. Uma assembleia da Abracal, realizada no início de abril desse ano, apontou que o tema será um dos focos das ações do segmento nos próximos meses.
Conforme relatos feitos durante o encontro nacional da indústria de calcário, o Enacal, as mudanças climáticas e os efeitos a longo prazo de práticas de produção, como o plantio direto, exigem uma revisão desses estudos – leia aqui.
As estatísticas de consumo de calcário estão disponíveis aos especialistas no site da Abracal. A linha de produção, por exemplo, contém dados relativos aos últimos 35 anos. Para acessar o material, clique aqui.
Fonte: Abracal.