O aumento excessivo nos gases de efeito estufa no ano de 2020, deixa a sociedade cada vez mais intrigada com relação às futuras gerações. A agricultura apresenta transcendência fundamental no cenário sócio ambiental, pois umas das fontes de grande reserva de carbono é o solo e como a agricultura é a principal atividade relacionada com o uso do mesmo, estudos intensos vêm sendo conduzidos visando o desenvolvimento e a busca de tecnologias que permitam recuperar e/ou aumentar os estoques de carbono, contribuindo para reduzir os níveis de dióxido de carbono presentes na atmosfera responsáveis pelo aquecimento global (efeito estufa) que está afetando o clima da terra.

Um dos elementos responsáveis pelo efeito estufa é o Dióxido de carbono (CO2) que é emitido em sua grande maioria pela atividade antrópica. No passado, o sistema de manejo adotado em sua grande maioria no Brasil contribuiu de forma significativa nessas emissões à maior queima da matéria orgânica do solo devido ao sistema convencional de cultivo do solo. Atualmente, estudos têm mostrado  que o manejo dado ao solo é um fator determinante no sequestro de C orgânico, o sistema de plantio direto que tem como premissa básica, a rotação de cultura, manutenção de palhada na superfície do solo com a utilização de plantas de cobertura e a semeadura sem revolvimento do solo, tem proporcionado um aumento significativo no estoque de C no solo.

No longo prazo, a decomposição de restos vegetais promove o incremento dos teores da matéria orgânica, que aumenta a capacidade no armazenamento de água no solo através das melhorias das propriedades físicas, e também como fonte de energia para uma biota do solo com aumento da sua biodiversidade. Por meio disto todas as plantas são capazes de sequestrar carbono que está presente na atmosfera, todas as plantas através do processo fotossintético, poderão converter o CO2 da atmosfera em um composto orgânico (fotoassimilados) de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Após o fechamento do ciclo das plantas, parte desses compostos orgânicos armazenados por ela retornam ao solo servindo como fonte de energia para a microbiota do solo e parte acumulado no solo auxiliando na redução de dióxido de carbono emitido pela antropização.

Sendo assim, as boas práticas de manejo seja de solo e/ou planta no setor agrícola vêm desempenhando um papel significativo no cenário ambiental, por meio do sequestro de carbono, podendo desta forma contribuir para que o Brasil reduza os índices de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Além deste papel sócio ambiental importante, o produtor pode conseguir uma renda extra, por meio dos créditos de carbono o que vêm sendo cada vez mais incentivado pelas grandes empresas e também exigido pelo mercado consumidor, cada vez mais atento e preocupado com a produção de forma sustentável.

O incremento nos teores de carbono no solo melhora suas propriedades e na maioria das vezes o torna mais produtivo. Essas melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo pelo aumento nos teores de carbono criam um ambiente mais propício ao desenvolvimento da plantas, pois sob o ponto de vista físico, isso melhora a estruturação do solo e consequentemente a infiltração e o armazenamento de água pelo solo, favorecendo o desenvolvimento radicular e consequentemente da parte aérea da planta. Não existe planta vigorosa e produtiva sem um solo bem equilibrado e um sistema radicular bem desenvolvido que explore de maneira eficiente os recursos (água e nutrientes) do meio.

Aumentar os estoques de carbono no solo, significa garantir o bem estar e a segurança para as futuras gerações. Esse aumento nos teores de carbono no solo associado a redução dos seus teores na atmosfera pode minimizar os impactos deste sobre os fatores do clima que afetam o homem, bem como o potencial produtivo das culturas.

Por: Larrisa Lamperti Tonello e Nitiele Silva de Azeredo, integrantes do grupo PET Ciências Agrárias da UFSM-FW.

Referências

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