Embora as condições climáticas no presente ano agrícola não sejam as mais favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi), principalmente pelo efeito do fenômeno climático La Niña no Sul do Brasil, alguns casos de ocorrência da doença já vêm sendo relatados em território nacional, tanto em soja voluntária (espontânea) quando em soja cultivada, em especial nas semeadas “no cedo”.

Segundo Henning et al. (2014), para que ocorra o processo de infecção, é necessário a disponibilidade de água livre na superfície da folha da planta, sendo necessário pelo menos, 6 horas de molhamento foliar, com o máximo de infecção ocorrendo de 10 a 12h. Embora pareçam números um tanto quanto elevados, sob condições adequadas de temperatura e inóculo, até mesmo o orvalho pode contribuir para o desenvolvimento da ferrugem.

Na presente safra, os primeiros casos relatados de ocorrência da ferrugem na cultura da soja foram observados no Estado do Paraná, nas cidades de Corbélia (relatado em 05/12 – soja em R3); Londrina (relatado em 25/11 – soja em R4) e em Terra Roxa (relatado em 25/11 – soja em R4). Nas proximidades, relatos da presença de esporos do fungo causador da ferrugem também foram observados, acendendo um alerta frente a necessidade de intensificar o manejo e monitoramento da ferrugem-asiática no Estado do Paraná.



No Rio Grande do Sul, mais um caso de ferrugem-asiática em soja voluntária foi relatado recentemente, no município de Passo Fundo em 04/11. O primeiro caso relatado foi observado em Pantano Grande, em 12/10. No RS, grande parte da soja cultivada está nos estádios iniciais do desenvolvimento, ainda que as condições climáticas não favoreçam o desenvolvimento da doença, fica o alerta frente a necessidade de adotar práticas de manejo preventivas.

Ainda que não observados sintomas visuais da doença, vale lembrar que segundo recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR), todo o programa de controle da ferrugem deve ser inicializado de forma preventiva a ocorrência da doença.

Figura 1. Casos de ocorrência de ferrugem-asiática safra 2022/23.

Fonte: Consócio Antiferrugem (2022)

Para acompanhar evolução dos casos de ferrugem na safra 2022/23 clique aqui!

Referências:

CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM: PARCERIA PÚIBLICO-PRIVADA NO COMBATE À FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, 2022. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 06/12/2022.

FRAC-BR. CULTURAS: [IMPORTANTE] NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANJEO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2022. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja>, acesso em: 06/12/2022.

HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, ed. 5, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 06/12/2022.

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