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Ceema: Com soja em recuperação, cotação fecha em US$ 11,16/bushel em Chicago

Por Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações da soja ensaiaram uma recuperação em Chicago, nesta semana. Assim, o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (25) em US$ 11,16/bushel, contra US$ 10,98 uma semana antes.

Enquanto isso, o USDA informou que, no dia 21/07, 68% das lavouras de soja nos EUA se encontravam em condições entre boas a excelentes, 24% regulares e 8% em condições ruins ou muito ruins. Por sua vez, 65% das lavouras estavam em floração e 29% com formação de vagens.

O mercado da soja continua levando em consideração o clima nos EUA, essencial nesta época do ano e, agora, também as eleições presidenciais naquele país após a desistência de Joe Biden, atual presidente, em concorrer à reeleição. Nesta semana circulou a notícia de que um terço das áreas de soja e milho no Meio-Oeste estadunidense havia sofrido com tempo mais seco nas últimas duas semanas, porém, agora o retorno das chuvas deverá melhorar o quadro nos próximos seis a 10 dias. Lembrando que agosto é o mês crítico para estas culturas nos EUA. O recorde de produtividade da soja, neste país, se deu em 2016 com 58,2 sacos/hectare em média.

Dito isso, na semana encerrada em 18/07 os EUA embarcaram 327.061 toneladas de soja, ficando dentro das expectativas do mercado. Em todo o atual ano comercial o país exportou, até o momento, 42,4 milhões de toneladas, ou seja, 16% a menos do que o exportado no mesmo período do ano anterior.

E pelo lado da demanda, a China aponta que está com excesso de oferta de soja após importações recordes nos últimos tempos. Ao mesmo tempo, a demanda local por rações continua fraca, levando os preços internos do farelo e do óleo de soja recuarem. Isso pode levar os chineses a comprarem menos soja dos EUA no período de setembro a dezembro, momento da colheita da nova safra estadunidense, pressionando o preço do bushel, em Chicago, ainda mais para baixo.

Com uma demanda fraca, as margens das indústrias esmagadoras de soja recuam, freando suas compras. Consta que o “crescimento econômico mais lento na China, que consome quase metade da carne suína do mundo, está prejudicando a demanda por carne”. Os criadores de suínos da China estão reduzindo o tamanho dos planteis, seguindo orientação do governo local, a fim de segurar o excesso na oferta de carne. Com isso, a produção de carne suína, na China, diminuiu no segundo trimestre do corrente ano, enquanto o rebanho total teria recuado 1,6% entre o primeiro e segundo trimestre de 2024.

Outro sinal do desaquecimento no mercado interno chinês da soja está no fato de que, desde fevereiro do corrente ano, cerca de 9,7 milhões de toneladas de soja importada foram à leilão naquele país, através da Sinograin (armazenadora estatal), porém, apenas 2,08 milhões foram compradas pelas esmagadoras. Por fim, em seu último relatório, o Ministério da Agicultura chinês previu que o consumo de soja no país, em 2024/25, recuaria para 114,6 milhões de toneladas, contra 115,2 milhões em 2023/24. O Brasil representa hoje 70% das importações chinesas de soja.

E no Brasil, os preços da soja voltaram a melhorar, com o Real se desvalorizando acima dos R$ 5,60 por dólar e os prêmios entrando definitivamente em terreno positivo. Assim, a média gaúcha foi a R$ 122,78/saco, porém, as principais praças locais praticaram valores de R$ 124,00/saco. Nas demais regiões do país, o preço oscilou entre R$ 118,00 e R$ 128,00/saco.

Por outro lado, soma-se a isso a boa elevação dos preços e prêmios de exportação do óleo de soja brasileiro, devido a boa demanda interna para a fabricação de biodiesel. No dia 18/07 o preço do óleo de soja, posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, fechou no maior valor nominal desde 21 de março de 2023, atingindo a R$ 6.063,57/tonelada.

Já a exportação de soja brasileira deverá atingir a 10,4 milhões de toneladas em julho segundo a Anec, enquanto para o milho as vendas externas atingiriam 4,56 milhões de toneladas no mês e para o farelo de soja o volume ficaria em 2,4 milhões. Lembrando que o recorde mensal histórico, na exportação de farelo de soja brasileiro, foi alcançado em maio/23 com 2,27 milhões de toneladas. Nos primeiros seis meses do ano o Brasil já exportou 11,4 milhões de toneladas de farelo de soja, segundo a Conab, contra 10,7 milhões em igual período do ano anterior.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

Site: Informativo CEEMA UNIJUÍ

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