Por Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, se mantiveram com viés de alta na semana na medida em que o bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (25) em US$ 4,06, contra US$ 3,91 uma semana antes.

Em 21/07 as condições entre boas a excelentes, das lavouras de milho nos EUA, recuaram para 67%, perdendo um ponto percentual sobre a semana anterior. Mas, no ano passado, esse índice era de apenas 58% nesta época. Agora, outros 23% estavam regulares e 10% em condições entre ruins a muito ruins. 61% das lavouras estavam na fase de embonecamento, contra 56% na média histórica.

Quanto aos embarques de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 18/07, o volume atingiu a 970.539 toneladas, ficando dentro das expectativa do mercado. Com isso, o total embarcado, até o momento, neste ano comercial, chega a 45,6 milhões de toneladas, ou seja, 33% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

E no Brasil, os preços deram algum sinal de recuperação em algumas praças. A média gaúcha ficou em R$ 57,50/saco, enquanto as principais praças permaneceram em R$ 54,00. Mas no restante do país os preços giraram entre R$ 37,00 e R$ 58,00/saco, enquanto o valor CIF nos portos de embarque foi a R$ 64,00/saco.

Segundo a Conab, a área semeada com milho safrinha foi menor do que o calculado anteriormente, ficando agora em 16,2 milhões de hectares. Isso significa cerca de um milhão de hectares a menos em relação ao inicialmente calculado. A principal redução regional veio do Centro-Oeste, com a área passando para 10,6 milhões de hectares, ou seja, cerca de 800.000 hectares a menos.

Por outro lado, em seu último levantamento semanal, a Conab apontou que a colheita da segunda safra brasileira de milho atingia a 79,6% da área semeada, contra 47,9% na mesma época do ano passado. Por estado, a mesma assim estava: Mato Grosso (97,7%), Tocantins (95%), Paraná (67%), Goiás e Mato Grosso do Sul (62%), Piauí (56%), São Paulo (55%), Minas Gerais (47%) e Maranhão (44%).

Especificamente no Mato Grosso, segundo o Imea, o custo aumentou e o produtor terá que usar mais sacos de milho para cobrir seus custos em 2024/25. Assim, o Custo Operacional Efetivo médio, do milho, na safra 2024/25, fechou o mês de junho/24 em R$ 4.589,36 por hectare naquele estado, alta de 0,24% ante o registrado em maio/24. “Levando em consideração o preço ponderado de junho/24, em R$ 35,99/saco de milho, o produtor terá que produzir 127,52 sacas por hectare na safra 2024/25.

Quando comparada com a 2023/24, a despesa aumentou 6,13 sacos/ha, puxada pela alta do pacote tecnológico no ciclo futuro”. Quando se acrescenta os custos com depreciação e pró-labore, o agricultor terá que produzir, na média, 142,44 sacos/ha para cobrir o Custo Operacional Total. Assim, considerando a produtividade média dos últimos três anos naquele Estado (110,8 sacos/ha), nestas condições o produtor cobrirá apenas o custeio da temporada.

Já no Paraná, segundo o Deral, 76% das lavouras da safrinha estavam colhidas na virada da semana. Das que faltavam colher, 42% estavam em boas condições, 36% em médias condições e 22% ruins. Após as grandes chuvas da semana retrasada, a melhoria do clima permitiu, nesta semana, a retomada da colheita.

E no Mato Grosso do Sul, a Famasul aponta que a colheita da safrinha chegou a 49,6% da área nesta semana, ficando bem acima do registrado no mesmo período do ano passado. Das lavouras a colher, 39,5% estavam boas, 25,9% regulares e 34,6% ruins. Por enquanto, continua-se esperando uma colheita final de 11,4 milhões de toneladas naquele Estado, ou seja, um recuo de 19,2% sobre o colhido no ano anterior.

Enfim, a Anec indica que, em julho, o Brasil deverá exportar 4,6 milhões de toneladas de milho, contra 5,9 milhões no mesmo mês do ano anterior.

Segundo a Secex, nos 15 primeiros dias úteis de julho o Brasil teria exportado 1,6 milhão de toneladas do cereal, indicando um movimento muito lento para que se atinja o que a Anec está esperando. Tanto é verdade que a média diária de exportação, neste mês de julho, é 47,6% menor do que a média de julho do ano passado. O preço médio, pago pela tonelada do milho brasileiro, recuou 19% em um ano, atingindo agora a US$ 198,30/tonelada.

Quer saber mais sobre a Ceema/Unijuí. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

Site: Informativo CEEMA UNIJUÍ

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.