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Ceema: Cotações do milho recuam e chegam ao menor nível desde meados de março/23

As cotações do milho, em Chicago, também recuaram nesta semana, chegando ao menor nível desde meados de março do corrente ano. O fechamento desta quinta-feira (27), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 6,27/bushel, contra US$ 6,63 uma semana antes.

Auxiliou para este comportamento, o fato de que, até o dia 23/04, o plantio do cereal nos EUA atingia a 14% da área esperada, contra 11% na média histórica, sendo que 3% das lavouras já têm trigo emergido.

Por outro lado, os embarques de milho estadunidense, na semana encerrada em 20 de abril, somaram 918.813 toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. O total embarcado, no atual ano comercial, soma 22,4 milhões de toneladas, o que significa 36% a menos do que o realizado no mesmo período do ano anterior.

E no Brasil, os preços do milho igualmente recuam fortemente. A menor demanda e o avanço da colheita de verão, além de uma expectativa de safrinha recorde, se o clima ajudar, empurram os preços para baixo. Soma-se a isso o fato de que os compradores se mantêm pouco atuantes no mercado, esperando novas quedas nos preços internos, especialmente no segundo semestre, quando entra a safrinha.

Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 66,48/saco, sendo que praças do sul do país negociam o produto a R$ 60,00/saco. Nas demais regiões brasileiras pesquisadas, os preços oscilaram entre R$ 51,00 e R$ 65,00/saco.

Já na B3 o recuo também se faz sentir, com o fechamento da quarta-feira (26), para referência, ficando em R$ 65,96/saco para o contrato maio; R$ 65,16 para julho; R$ 66,55 para setembro e R$ 69,35/saco para novembro.

Segundo o mercado, preços entre R$ 65,00 e R$ 70,00/saco ficam interessantes para a indústria de ração, etanol e para exportação. Com isso, o espaço para recuos mais expressivos pode ter chegado ao fim. O problema passaria a ser o fato de não haver liquidez quando se chegar à colheita da safrinha, a partir de junho/julho, além dos problemas logísticos. Neste caso, não se descarta prêmios negativos para o milho destinado à exportação. (Cf. Brandalizze Consulting)

Dito isso, nas três primeiras semanas de abril o Brasil exportou 419.979 toneladas de milho, o que significa 60,8% do milho exportado em todo o mês de abril de 2022. Assim, a média diária de exportação está, hoje, 11,1% menor do que a de abril do ano passado. Mesmo assim, parte do mercado espera que o Brasil chegue a 50 milhões de toneladas exportadas em 2023, fato que poderia segurar os preços internos do cereal.

Porém, este volume a ser exportado pode não ser alcançado, com o mesmo ficando entre 40 e 45 milhões de toneladas. Neste mês de abril o preço médio da tonelada exportada é de US$ 305,10, ou seja, 9,1% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado.

Enquanto isso, a Conab, anunciou, na semana, que a colheita da safra de verão atingiu a 59,6% da área, contra 65,7% no mesmo período do ano anterior. O Rio Grande do Sul estaria com 83% de sua área já colhida. Já para a segunda safra brasileira, a Companhia indica que 100% da área prevista está semeada, havendo 12,6% em enchimento de grãos, 45% em floração e 41,7% em desenvolvimento vegetativo.

E no Mato Grosso do Sul, o plantio da safrinha estando finalizado, espera-se uma colheita em torno de 11,2 milhões de toneladas, o que seria 12,3% menor do que o registrado no ano anterior. O maior problema é que 54% da área foi semeada fora da janela ideal. Além disso, o preço médio voltou a recuar na semana entre o 17 e o 24 de abril, perdendo 11,4%, para se estabelecer em R$ 51,14/saco. (Cf. Famasul)

Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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